O que significa para os brasileiros a redução do desemprego?
Por Arilson Chiorato deputado estadual e presidente do PT-PR
Quando li a notícia: “Desemprego fecha 2º trimestre em 6,9%, menor taxa para o período em 10 anos”, na última quarta-feira, dia 31, pensei: o que isso significa aos brasileiros? Com certeza, significa muito, porque o trabalho, quando remunerado de forma justa, significa comida na mesa, significa que as crianças estão melhor nutridas, significa redução de gastos com saúde e educação, significa, acima de tudo, que a vida dos brasileiros está melhorando. Os brasileiros estão mais felizes.
Os dados divulgados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na última quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e merecem ser comemorados. Neste contexto, compartilho uma conversa que tive em São João do Ivaí, no interior do Paraná, com um advogado e amigo, em meados de 2022. Na ocasião, ele contou que um fazendeiro local disse que a situação estava boa para ele, porque estava conseguindo contratar “peão” para trabalhar por R$ 100 a diária, coisa que antes (no tempo do Lula) não conseguia.
Esse comentário – infeliz e reflexo de um país escravocrata que se acostumou a valorizar bens materiais, e não o trabalhador, em especial braçal – parece natural e justo para um grupo de pessoas, como do ex-ministro de Economia e banqueiro Paulo Guedes, que atacou incansavelmente os direitos trabalhistas, com a promessa de mais empregos, o que não aconteceu. Da mesma forma, alimentou um discurso mentiroso que MEI (microempreendedor individual, sem 13º, férias e seguridade social) é empresário. Não é. Precisamos pôr fim, de vez, a essa falácia.
Ao mesmo tempo em que vemos o desemprego cair, vemos também uma queda expressiva no número de pessoas (24,4 milhões) que deixaram a situação de fome em 2023. Ou seja, com mais dinheiro no bolso, os brasileiros conseguem comer melhor. Além disso, sabemos que a fome crônica, causa desaceleração ou interrupção do crescimento, anemia, raquitismo, fadiga, depressão e baixa imunidade. E, nas crianças, a anemia ferropriva pode causar prejuízos no desenvolvimento cognitivo, levando à dificuldade de aprendizado.