Estudo aponta dados da indústria da construção

Segundo os dados apresentados na Sondagem Indústria da Construção, publicada no Portal da Indústria em junho de 2025, os empresários do setor demonstraram maior insatisfação com a situação financeira e com o lucro operacional no segundo trimestre do ano. O levantamento mostra que fatores como o alto custo do crédito e a permanência de taxas de juros elevadas têm impactado diretamente o desempenho das empresas de construção civil.
Conforme informado na publicação, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI) registrou queda em julho de 2025, refletindo uma piora na avaliação das condições atuais tanto da economia brasileira quanto das próprias empresas do setor. Apesar desse cenário de confiança mais baixa, as expectativas para os próximos seis meses em relação a emprego, novos empreendimentos e nível de atividade permanecem positivas, indicando que o setor ainda enxerga possibilidades de recuperação gradual, de acordo com a publicação.
O relatório aponta dados em relação à utilização da capacidade operacional (UCO), que caiu para 66% em junho de 2025, após sete meses de estabilidade em 67%. Esse patamar é inferior ao registrado em junho de 2024 (68%) e em 2023 (67%), evidenciando uma retração do ritmo produtivo. O Índice de evolução do nível de atividade também ficou abaixo da linha de estabilidade, marcando 48,8 pontos, enquanto o índice de evolução do número de empregados recuou para 48,3 pontos, reforçando a tendência de desaquecimento do setor.
No campo financeiro, os dados da sondagem mostram que a insatisfação dos empresários aumentou. O Índice de satisfação com a situação financeira caiu para 45 pontos no segundo trimestre, enquanto a satisfação com o lucro operacional ficou em 42,5 pontos. Já a dificuldade de acesso ao crédito foi um dos pontos mais críticos: o índice que mede a facilidade nesse aspecto recuou para 35,5 pontos, indicando maior barreira para financiamentos e investimentos no setor.
José Antônio Valente, diretor da empresa de locação de equipamentos Trans Obra, afirmou que este é o momento de apostar em eficiência operacional, parcerias estratégicas e inovação. José continuou dizendo que empresas que conseguirem se adaptar às novas condições do mercado, com soluções que tragam produtividade e reduzam desperdícios, estarão mais preparadas para atravessar o período de instabilidade. “Na Trans Obra, temos reforçado esse compromisso com tecnologia e qualificação, para continuar entregando valor aos clientes mesmo diante de um cenário econômico desafiador”.
Ainda segundo o relatório, as taxas de juros elevadas foram citadas por 37,7% dos empresários como o principal problema enfrentado no período, consolidando-se como o maior obstáculo à expansão da indústria da construção. Na sequência, aparecem a elevada carga tributária (30,5%) e a falta ou alto custo de trabalhadores qualificados (24,6%). Outros fatores destacados foram a escassez ou custo elevado da mão de obra não qualificada (23,9%), a competição desleal (16,1%) e a demanda interna insuficiente (19,7%).
Por outro lado, o levantamento também identificou sinais positivos no comportamento dos preços de insumos e matérias-primas. O Índice de evolução do preço médio desses itens caiu para 60,9 pontos no segundo trimestre, após recuo de 3,7 pontos em relação ao início do ano, indicando desaceleração no ritmo de crescimento dos custos. Embora ainda acima de 50 pontos — o que significa alta —, o resultado representa um alívio parcial para os empresários diante do cenário de pressão financeira.
Perguntado sobre o estudo, José Antônio disse que os resultados do relatório reforçam um ponto crítico: os juros elevados continuam sendo o maior entrave ao desenvolvimento da indústria da construção e o fato dos empresários apontarem essa questão como principal obstáculo mostra que a limitação de crédito e o encarecimento do capital travam investimentos, geram insegurança e impedem a retomada de um ciclo mais robusto de crescimento. José também disse que esse cenário reforça a necessidade de gestão estratégica e inovação e as empresas que conseguirem equilibrar custos em equipamentos e máquinas para construção civil ou mesmo na locação de ferramentas necessárias para construção, como por exemplo o aluguel de betoneira e outros equipamentos de médio e grande porte. “Investir em eficiência e buscar alternativas tecnológicas para reduzir desperdícios terão mais condições de se manter competitivas”.