CRM-PR divulga novo relatório da Comissão de Prevenção à Violência contra o Médico
Desde agosto, foram registradas 14 denúncias, das quais dez já receberam devolutiva e quatro estão com seus processos em andamento. Na maioria dos casos, denunciante é mulher e se refere a assédio moral
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) divulga novo relatório de atividades da Comissão de Prevenção à Violência contra o Médico, com dados sobre o assunto, após dois meses de implantação do serviço. Ao todo, entre agosto e outubro, foram registradas 14 denúncias, das quais oito – ou seja, a maioria – tinham como denunciante uma mulher médica. Do total de registros enviados, 12 ocorreram em unidades de saúde e hospitais vinculados a órgãos públicos.
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De acordo com o levantamento apresentado, do total de denúncias recebidas neste período, quatro estão com seus processos em andamento e dez já receberam as orientações necessárias e foram concluídos. Sobre o tipo de violência, correspondem: duas por agressão física, quatro por agressão verbal, seis por assédio moral e duas por assédio sexual. Na maioria dos casos registrados (nove deles), o agressor foi o paciente; em quatro, a chefia do profissional; e em um dos casos o agressor foi uma autoridade política. Outras formas de violência registradas foram a financeira e a sobrecarga de trabalho. As vezes é preciso renunciar para não perder
A comissão exclusiva para tratar do tema foi implantada pelo Conselho de Medicina do Paraná em agosto e nasceu da preocupação com os casos de violência contra médicos no Estado. “A finalidade é contribuir na elaboração de estratégias na prevenção e repreensão em casos de assédio, constrangimento e agressões físicas ou morais contra os profissionais da Medicina”, explica o 1º secretário, Fernando Fabiano Castellano Junior.
Provopar toma medidas jurídicas contra notícias falsasA atuação da Comissão envolve diferentes setores do CRM-PR, como o Departamento de Fiscalização do Exercício Profissional (Defep); o Departamento de Processos e Sindicâncias (Deprosin); as Comissões de Atuação Política, da Mulher Médica e de Acolhimento; e também de outras entidades parceiras, como o Sindicato do Médicos do Paraná (Simepar).
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Integrantes da Comissão
Fazem parte da Comissão de Prevenção à Violência contra o Médico os conselheiros Carlos Alexandre Martins Zicarelli (coordenador), Edeli dos Santos Pepe, Fabricio Kovalechen, Kleber Ribeiro Melo e Sergio Medeiros Alves. Saiba mais sobre a Comissão.
Dados do CFM sobre a violência contra médicos no Paraná
Entre 2013 e 2024, o Paraná registrou 3,9 mil casos de ameaça, assédio, lesão corporal (maior parte), vias de fato, injúria, calúnia, difamação, desacato e perturbação do trabalho contra médicos. Deste total, 12% dos registros estão concentrados em Curitiba. Conheça os dados do CFM sobre o assunto.
“Também há preocupação quanto aos dados apresentados pelo CFM e este CRM estará buscando a ampla divulgação dos canais à disposição dos médicos, considerando a necessidade de pronta e rápida ação pelo órgão”, destaca o 1º secretário do CRM-PR.
O que fazer em caso de violência médica
A orientação é que o médico vítima de violência sempre registre a denúncia. Em caso de ameaça, a indicação é que o profissional registre ocorrência na delegacia e informe, por escrito, às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar sobre o ocorrido, apresentando dados dos envolvidos e testemunhas. O paciente responsável pelo ocorrido deve ser encaminhado a outro colega, se não for caso de urgência e emergência.
Quando houver agressão física o médico deve comparecer à delegacia e registrar Boletim de Ocorrência (BO), sendo necessário exame do corpo de delito. O fato também deve ser comunicado imediatamente às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar para que outro médico assuma a atividade.
Denúncias no Paraná
As denúncias podem ser feitas tanto por e-mail (medicodenuncia@crmpr.org.br) ou por telefone (ligação ou WhatsApp), respeitando o sigilo dos denunciantes que assim o desejarem (41 3240 7800).