Você fiscalizaria R$ 3,255 bilhões sem receber nada ou por um salário abaixo do valor praticado no mercado?

Você fiscalizaria R$ 3,255 bilhões sem receber nada ou por um salário abaixo do valor praticado no mercado?

Procuradores em prefeituras, na maioria das vezes, recebem salários muito maiores que os de vereadores

O papel do vereador é essencial para o bom funcionamento do município. Ele é o elo direto entre a população e o poder público, sendo responsável por fiscalizar o Executivo, propor leis que atendam às demandas da comunidade e garantir que os recursos públicos sejam utilizados de maneira eficiente e ética. Em uma cidade como Maringá, com uma estimativa de receita para 2025 de R$ 3,255 bilhões, a complexidade e a responsabilidade dessa função demandam profissionais preparados e dedicados.

Sugerir que um vereador não deveria receber remuneração é um discurso que ignora a realidade do cargo. Fiscalizar um orçamento bilionário, propor soluções para problemas sociais, acompanhar obras públicas, participar de audiências e manter-se acessível à população exige dedicação integral. Além disso, é necessário ter formação, conhecimento técnico e tempo disponível para exercer a função de maneira responsável e eficiente. Esses fatores tornam o papel do vereador incompatível com uma atividade voluntária.

O que é distorção cognitiva

É importante destacar que a remuneração não é apenas justa, mas também necessária para garantir que o cargo possa ser ocupado por pessoas de diferentes origens sociais. Sem uma remuneração, apenas aqueles que têm condições financeiras independentes poderiam assumir a função, o que limitaria a diversidade e a representatividade no legislativo municipal.

Alep recebe cerca de 8 mil sugestões para elaboração do orçamento estadual

Além disso, o impacto na vida pessoal de quem assume esse cargo também precisa ser considerado. Uma vez eleito, o vereador perde boa parte de sua privacidade, estando constantemente exposto à opinião pública e, muitas vezes, sujeito a críticas que podem chegar ao nível de desrespeito ou até achincalhe. Essa intensa exposição e o desgaste emocional que a acompanham fazem parte do custo humano de exercer a função pública, reforçando a necessidade de uma remuneração adequada.

Embora a discussão sobre o valor dos vencimentos seja legítima, desvalorizar o trabalho do vereador ou sugerir que ele seja gratuito é uma falácia. Assim como os executivos em empresas privadas são remunerados pelo alto grau de responsabilidade que carregam, o vereador merece uma compensação proporcional às suas atribuições. Em vez de desmerecer o papel do legislador, o debate deve se concentrar em assegurar que os recursos públicos sejam aplicados de forma transparente e que os ocupantes do cargo cumpram suas obrigações com ética e competência.

Desvalorizar o trabalho do vereador é desvalorizar a própria democracia. Investir na estrutura do legislativo é investir na qualidade de vida da população, pois é por meio de uma gestão pública fiscalizada e eficiente que os recursos chegam a quem realmente precisa.

Até existem alguns segmentos em que os diretores são voluntários, mas se compararmos o patrimônio que possuíam ao entrar no cargo voluntário com o que possuem ao sair, a diferença é enorme. Isso ocorre porque, na posição que ocupam, muitos utilizam o cargo voluntário para fazer negócios e obter informações privilegiadas, o que lhes proporciona um ganho financeiro considerável.

Redação O Diário de Maringá

Redação O Diário de Maringá

Notícias de Maringá e região em primeira mão com responsabilidade e ética

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *