O Perigo de transformar opiniões em “Notícias”

O Perigo de transformar opiniões em “Notícias”

Quando a opinião distorce a realidade: O preço do tomate pode ser utilizado como exemplo

Em um mundo onde a informação circula com uma velocidade jamais vista, é necessário compreender a diferença entre fato e opinião. Um fato é algo objetivo, verificável e baseado em evidências concretas. Já a opinião é uma interpretação pessoal, subjetiva e frequentemente influenciada por crenças ou emoções.

Nos últimos anos, devido à polarização política, essa linha tão clara entre fato e opinião tem se tornado borrada. Uma consequência perigosa disso é a transformação de opiniões pessoais em “notícias”, especialmente nas redes sociais e em aplicativos de mensagens como o WhatsApp. Quantas vezes você já viu informações compartilhadas em grupos que, após um exame mais atento, não passavam de interpretações ou distorções sem fundamento?

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Quando uma opinião é divulgada como fato, ela pode induzir à desinformação, criar alarme desnecessário ou até mesmo promover preconceitos. Pior ainda, quando essas “notícias” são disseminadas sem critérios em grupos de amigos e família, tornam-se uma ferramenta poderosa para espalhar informações falsas ou enganosas.

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Um exemplo disso pode ser observado em programas de opinião, onde seus participantes frequentemente misturam opiniões pessoais com supostas análises. Recentemente, um comentarista de uma emissora de rádio tem insistido que o preço do tomate na capital paranaense está “um absurdo”. No entanto, os fatos apontam uma realidade bem diferente: em 2024, o preço do tomate caiu cerca de 25,8%. Isso significa que, hoje, pagamos menos pelo tomate do que pagávamos em 2023. A discrepância entre a opinião do comentarista e os dados concretos ressalta a importância de verificar informações antes de aceitá-las como verdade.

É importante destacar que, ao consumir programas de rádio, TV ou redes sociais que expressam opiniões, é necessário confrontar essas opiniões com os fatos. Muitas vezes, quem dá uma opinião pode não conhecer a fundo o fato ou, pior, estar tentando influenciar outras pessoas de forma proposital para beneficiar um determinado grupo. Essa atitude não só engana, como também compromete o direito do público de acessar informações precisas e imparciais.

Além disso, é fundamental entender que uma opinião não pode mudar um fato. Se algo muda o fato, então não é opinião, é fofoca ou desinformação. Respeitar opiniões é essencial em uma sociedade plural, mas isso só é possível quando essas opiniões não se passam por fatos nem escondem ou distorcem a realidade.

É essencial, portanto, que cada um de nós desenvolva o hábito de questionar: “Essa informação é um fato comprovado ou é apenas a opinião de alguém?”. Antes de compartilhar algo, pergunte-se: a fonte é confiável? Os dados apresentados têm embasamento? Outras fontes independentes confirmam a mesma informação?

A distinção entre fato e opinião não é apenas uma questão de educação; é uma questão de responsabilidade cidadã. Em tempos de excesso de informações, a capacidade de filtrar o que é relevante, verdadeiro e útil é o que nos protege contra manipulações e desinformação.

No momento atual, até para se comentar o preço do tomate, é preciso estar bem informado para não falar abobrinha.

Reflita: você tem conseguido diferenciar fato de opinião no seu dia a dia? E, mais importante, você pensa antes de compartilhar?

Gilmar Ferreira

Gilmar Ferreira

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