Quando o cidadão vai acordar e fazer o básico pela sociedade?
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Culpar o prefeito e o secretário de Saúde é fácil, difícil e fazer a parte que nos cabe
A irresponsabilidade de alguns cidadãos está diretamente ligada à sobrecarga dos serviços públicos e ao aumento de gastos necessários, especialmente na área da saúde. Terrenos sujos, acúmulo de lixo e propriedades abandonadas ou mal cuidadas tornam-se focos de problemas graves, como o criadouro de ratos, cobras, escorpiões e mosquitos em água parada. Embora o poder público frequentemente encontre críticas, especialistas destacam que a responsabilidade dos proprietários e residentes também desempenha um papel fundamental nessa questão.
Um caso relatado por um morador do Jardim Alvorada, que preferiu não se identificar. Durante uma caminhada próxima ao parque Alfredo Nifiller, ele observou um cenário preocupante: casas apodrecidas por cupins, algumas ainda habitadas e oferecendo riscos aos ocupantes, outras abandonadas, exibindo placas de “vende-se”, mas sem sinais de manutenção. O descaso, segundo o morador, não vem apenas dos proprietários, mas também de quem ocupa esses imóveis, contribuindo para uma situação que compromete a segurança e a saúde da comunidade.
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Os reflexos dessa negligência são sentidos diretamente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e outros serviços de saúde, que ficam lotados com casos evitáveis, como doenças transmitidas por insetos – dengue, zika e chikungunya, por exemplo – ou acidentes em estruturas precárias. “É revoltante ver o descaso de quem deveria cuidar do próprio espaço”, desabafou o morador, chamando a atenção para a responsabilidade compartilhada entre cidadãos e poder público.
Embora a fiscalização e a infraestrutura sejam atribuídas pelas autoridades, a falta de iniciativa dos cidadãos agrava o problema. “O gestor público precisa agir, sim, mas quando cada um negligencia seu papel, o sistema inteiro sofre. Diante disso, ganha força a discussão sobre a necessidade de leis mais rigorosas, que punam com maior severidade aqueles cuja missão é sobrecarregar os cofres públicos e colocar em risco o bem-estar coletivo.
A conclusão é clara: a limpeza e a manutenção de quintais e imóveis não são apenas questões de estética, mas pilares fundamentais para a saúde pública. Enquanto a responsabilidade não é plenamente compartilhada, o Jardim Alvorada – e tantas outras regiões – continuará enfrentando as consequências de um problema que poderia ser evitado com mais consciência e menos descaso por parte do cidadão.