Giselli Bianchini é uma patriota conservadora ou uma traidora da pátria e do Estado Democrático de Direito?

Giselli Bianchini é uma patriota conservadora ou uma traidora da pátria e do Estado Democrático de Direito?

Giselli Bianchini defendeu com Bolsonaro o que Maduro fez na Venezuela

Essa é a pergunta que ecoa diante do projeto de lei apresentado pela vereadora do Partido Progressista (PP) para instituir o “Dia do Patriota Conservador”. À primeira vista, a proposta poderia parecer uma homenagem aos valores nacionais, mas, ao se analisar as ações da própria Bianchini, o que emerge é uma contradição gritante: o patriotismo que ela diz celebrar parece, na verdade, um ataque direto aos princípios democráticos que uma conservadora deveria preservar.

Em 2022, após as eleições presidenciais vencidas democraticamente por Luiz Inácio Lula da Silva, Giselli Bianchini incentivou manifestantes a rejeitar o resultado das urnas. Em um ato quem sabe impensado, ela subiu em um caminhão de som e defendeu abertamente uma intervenção militar para destituir o presidente eleito. O episódio não foi apenas um afronta à vontade popular, mas uma traição aos fundamentos da democracia brasileira – o mesmo sistema que, ironicamente, levou Giselli ao cargo de vereadora. Como alguém que clama por ruptura institucional pode se dizer patriota ou conservadora? Patriotismo é respeito ao país e suas leis, não desestabilizá-los.

Ser patriota, conforme o entendimento mais comum, implica amor e respeito pelo país, suas instituições e sua ordem jurídica. Um conservador, por definição, valoriza a estabilidade, a tradição e a preservação das estruturas que sustentam a sociedade, como o Estado de Direito. As ações de Bianchini, porém, desafiam essas ideias. Pedir intervenção militar contra um governo legítimo é incoerente com patriotismo e conservadorismo. Isso não é ordem, é caos.

Nesse contexto, o projeto do “Dia do Patriota Conservador” é como uma piada de mau gosto. Se Bianchini quisesse ser fiel ao que protagonizou, talvez faria mais sentido propor o “Dia da Traição aos Princípios Democráticos”. Subir em um caminho e estimular a exclusão a um governo eleito pela maioria não é patriotismo – é golpismo.

Gilmar Ferreira

Gilmar Ferreira

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