Câmara de Maringá ignora condenação de vereadora e enfraquece discurso de fiscalização

Câmara de Maringá ignora condenação de vereadora e enfraquece discurso de fiscalização

A recente condenação da vereadora Cris Lauer por improbidade administrativa deveria ser motivo de ação imediata por parte da Câmara Municipal de Maringá. No entanto, até agora, nenhuma providência foi tomada pelos demais vereadores. Esse silêncio e imobilismo colocam em xeque o discurso tão repetido da “função fiscalizadora” do Legislativo municipal.

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Se nem diante de uma condenação formal e pública por improbidade administrativa os parlamentares se movimentam, o que esperar em casos que exigem investigação, apuração mais profunda ou enfrentamento político? A falta de atitude sinaliza à população que a fiscalização só serve como retórica, e não como prática efetiva.

A situação é ainda mais grave quando se considera que Cris Lauer é uma ré confessa e já foi condenada, ou seja, não se trata de uma acusação em andamento, mas de uma decisão judicial que reconhece a prática de ato ilícito. Mesmo assim, a vereadora segue no cargo sem qualquer consequência administrativa ou política imposta pela Casa de Leis. Isso transmite a mensagem de que o Legislativo maringaense aceita, de forma tácita, condutas incompatíveis com o exercício da função pública.

Talvez estejam esperando o fim da Expoingá para agir — como se a gravidade da situação pudesse esperar o encerramento de festas e eventos. É lamentável que a imagem institucional da Câmara seja tratada com tanto descaso, principalmente por aqueles que deveriam zelar por sua integridade.

É de estranhar também o silêncio de entidades que, em outras épocas, se mostravam atentas e atuantes diante de casos envolvendo a moralidade pública. A ACIM (Associação Comercial e Empresarial de Maringá) e o Observatório Social, que já se posicionaram de forma firme em outras situações, agora parecem adotar uma postura passiva diante de uma condenação judicial envolvendo uma parlamentar em pleno exercício do mandato.

Outro ponto que merece destaque é a postura do partido Novo, legenda à qual Cris Lauer é filiada. O partido costuma adotar um discurso rigoroso e moralista em relação aos acontecimentos políticos no Brasil, sempre cobrando ética, transparência e responsabilidade. No entanto, diante de uma condenação de uma de suas representantes, o silêncio também parece ser a escolha. Será que o Novo vai se omitir mais uma vez, como fez no caso do médico filiado que assediava mulheres, e só tomou providências após intensa pressão da imprensa? A coerência do discurso com a prática está em xeque, e a sociedade observa.

Fica a pergunta: se os vereadores não conseguem sequer tomar uma atitude diante de uma condenação por improbidade administrativa, terão eles condições de fiscalizar os demais problemas do município?

A população de Maringá merece mais do que discursos bonitos. Merece ação, responsabilidade e compromisso com a ética na política.

Gilmar Ferreira

Gilmar Ferreira

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