Sai Cris Lauer e entra professor Pacífico?

Sai Cris Lauer e entra professor Pacífico?

Por Gilmar Ferreira

A Câmara, a condenação de Cris Lauer e o silêncio das instituições

A recente condenação da vereadora Cris Lauer por improbidade administrativa — da qual é ré confessa — impõe à Câmara Municipal de Maringá uma responsabilidade inadiável: decidir se mantém em seus quadros uma parlamentar que já não atende aos critérios mínimos de integridade exigidos pela função pública.

A decisão judicial que obriga a Câmara a deliberar sobre a cassação de Cris Lauer não surgiu por iniciativa dos próprios vereadores, tampouco por pressão de entidades representativas. Foi resultado da atuação individual do advogado Kim Rafael, que, como cidadão, acionou a Justiça e obteve uma resposta institucional que deveria, em tese, ter partido de quem ocupa cargos ou espaços de fiscalização pública.

Esse protagonismo solitário escancara o vazio deixado por instituições que, historicamente, se colocam como guardiãs da moralidade administrativa. A ACIM (Associação Comercial e Empresarial de Maringá) e o Observatório Social, por exemplo, optaram pelo silêncio. Não houve manifestações públicas, notas oficiais ou cobranças institucionais sobre a permanência de uma vereadora condenada por improbidade no exercício do mandato. A omissão de entidades que tanto pregam a ética e a transparência contribui para a desilusão crescente da sociedade com as estruturas que deveriam representá-la.

Outro silêncio notável é o do Partido Novo. Conhecido por seu rigor no processo de filiação e por pregar uma conduta ética exemplar na política, o partido permanece inerte diante de uma condenação que atinge diretamente uma de suas representantes. A ausência de uma postura clara, seja pela suspensão, expulsão ou mesmo uma manifestação oficial, compromete o discurso de renovação e coerência que sustenta a imagem da legenda.

A possível substituição de Cris Lauer pelo suplente José Carlos Pacífico — o Professor Pacífico — representa mais do que uma simples troca de cadeiras. Trata-se de uma oportunidade para que a Câmara dê um sinal claro de que ainda leva a sério sua função fiscalizadora e seu compromisso com a moralidade administrativa. Se quiser preservar a credibilidade e o respeito da população, o Legislativo municipal precisa agir com coragem e coerência.

A cidadania não pode depender apenas da iniciativa individual. Quando um advogado precisa agir sozinho para que se cumpra aquilo que as instituições deveriam garantir, algo está profundamente errado. O caso de Cris Lauer não é apenas um problema jurídico; é, sobretudo, um teste de integridade para a Câmara, para o partido e para as entidades que dizem zelar pelo interesse público.

Gilmar Ferreira

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