Transparência já: o Paraná precisa saber quanto custa a Rede Massa aos cofres públicos

Transparência já: o Paraná precisa saber quanto custa a Rede Massa aos cofres públicos

Enquanto algumas rádios e emissoras de televisão enfrentam dificuldades financeiras em várias partes do Brasil, no Paraná há um fenômeno peculiar: o crescimento acelerado da Rede Massa, pertencente à família do governador Ratinho Junior. Com 78 emissoras de rádio no país, sendo 28 no Paraná, e cinco emissoras de TV no estado, a rede se consolidou como a segunda maior do Brasil. A meta é clara: tornar-se a maior rede de rádios do país. Essa possibilidade não pode ser descartada, já que Ratinho Pai é reconhecido por sua habilidade e foco nos negócios.

No entanto, paira uma dúvida incômoda e ainda sem resposta sobre os bastidores dessa expansão. Qual é o volume de recursos públicos investidos nas emissoras do Pai do governador? A pergunta é recorrente entre parlamentares, jornalistas e membros da sociedade civil, mas esbarra em um muro de silêncio. A comunicação oficial do governo do Estado não apresenta dados claros sobre os valores pagos à Rede Massa por meio de publicidade institucional, contratos com estatais ou campanhas governamentais.

Há ainda outro ponto sensível: a atuação de parente do governador na comercialização de shows em prefeituras de todo o Paraná. Esses contratos, muitas vezes realizados sem ampla divulgação, alimentam a percepção de que há uma estrutura paralela supostamente se beneficiando diretamente da máquina pública, misturando negócios privados com a função pública.

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É legítimo que qualquer empresa busque crescer. Mas quando há envolvimento direto com quem ocupa o cargo mais alto do Executivo estadual, a exigência de transparência se torna inegociável. Os cidadãos paranaenses têm o direito de saber quanto do seu dinheiro está sendo direcionado a empresas da família do governador. Têm o direito de saber se supostamente há favorecimento. Têm o direito de fiscalizar como são aplicados os recursos dos impostos que pagam.

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O governador Ratinho Junior tem pretensões de disputar a Presidência da República em 2026. Antes de apresentar-se como alternativa nacional, deve prestar contas ao seu próprio estado. A democracia exige instituições transparentes, imprensa livre e igualdade de oportunidades, inclusive no mercado de comunicação.

O Paraná e futuramente o Brasil não podem ser tratados, ainda que supostamente, como extensão de um projeto empresarial familiar. É urgente que o governo Ratinho Junior torne públicos seus dados, detalhe seus contratos e permita que a sociedade compreenda com clareza qual é o real custo da Rede Massa para os cofres públicos. Transparência não é uma escolha. É uma obrigação.

Redação O Diário de Maringá

Redação O Diário de Maringá

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