Clima de festa Julina, mas o rojão quem segura é o maringaense!

Por Gilmar Ferreira
Há ações de vereadores que simplesmente não se sustentam, nem com a mais dedicada assessoria de imprensa para tentar amenizar o desgaste. É o caso do vereador Luiz Neto, que decidiu sair de Maringá com diárias pagas pelo contribuinte para fazer em Curitiba o que poderia resolver aqui mesmo, sem gastar um centavo a mais.
A justificativa oficial é “viabilizar” ações junto ao secretário estadual do Trabalho, Paulo Rogério do Carmo. Difícil engolir essa explicação quando se sabe que, no sábado passado, Luiz Neto já esteve na festa junina organizada pelo próprio Do Carmo, em Maringá. Conversaram, confraternizaram, comeram pinhão e tomaram quentão, mas, curiosamente, o assunto importante não avançou ali. Agora, quem banca a continuação da conversa é o cidadão, que vai pagar R$ 1.830,88 em diárias para um bate-papo que poderia acontecer por telefone, mensagem de WhatsApp, e-mail ou videoconferência, qualquer um deles muito mais barato do que esse gasto desnecessário.
Não satisfeito, Luiz Neto incluiu na mesma viagem uma visita à Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços, comandada por Marco Brasil, de Londrina. Mais uma agenda que poderia ser resolvida em Maringá ou Londrina, sem precisar passar por Curitiba, até porque a secretaria é indicação do deputado Ricardo Barros, que tem escritório político aberto em Maringá justamente para tratar dessas demandas.
No fim, sobra para o contribuinte a velha sensação de que se inventa compromisso para justificar diárias e viagens, numa farra disfarçada de agenda oficial. E falta ao vereador o mínimo de respeito com quem paga a conta. O contribuinte trabalha, aperta o cinto, paga impostos em dia e, em troca, vê seu dinheiro evaporar em encontros que poderiam ser resolvidos com uma simples ligação.
Só para não dizer que pegamos no pé de Luiz Neto, Do Carmo estará de volta a Maringá neste fim de semana e Marco Brasil retorna para Londrina. Não seria mais coerente e mais barato o vereador esperar o secretário aqui e, depois, visitar o outro em Londrina? Ou, quem sabe, resolver tudo por telefone mesmo, economizando tempo, dinheiro público e paciência do eleitor?
Fica o recado: justificativas vazias não sustentam gastos desnecessários. O vereador deve, no mínimo, uma explicação convincente e, de preferência, mais consideração pelo bolso de quem paga essa conta.