O agro precisa decidir: segue de olhos fechados ou escolhe defender, de fato, o Brasil?

A decisão do ex-presidente Donald Trump de impor uma taxação pesada sobre produtos brasileiros deixa evidente uma dura realidade: o bolsonarismo e seus autoproclamados “patriotas” não defendem de fato os interesses do Brasil. Durante anos, venderam a imagem de alinhamento irrestrito aos Estados Unidos como se isso fosse sinônimo de soberania, quando na prática se comportaram como meros vassalos, sempre prontos a se curvar aos interesses da Casa Branca, ainda que isso custe caro para o próprio país.
Agora, o setor do agronegócio, que tanto sustentou e defendeu o bolsonarismo, sente na pele o preço dessa idolatria. A retórica de “parceria estratégica” se desfaz diante da realidade econômica: quando se trata de proteger a própria economia, os EUA não hesitam em apertar o Brasil, e a família Bolsonaro, para evitar responder por seus inúmeros escândalos, prefere posar de fiel escudeiro de Trump, mesmo que isso signifique ameaçar a saúde financeira de quem mais os apoiou.
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Se por um lado o Brasil exportar menos significa perda de receita para o agro, por outro haverá mais café, suco, carne e outros produtos disponíveis no mercado interno, o que deve baratear esses itens para o consumidor. Quando isso acontecer, não demorará para começar a choradeira do agro pedindo socorro do governo, querendo preço mínimo e subsídios, com o velho discurso de que “o agro sustenta o Brasil”. Na prática, o agro há muito tempo sustenta, antes de tudo, seus próprios interesses.
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Fica a pergunta: o agro, que sempre foi apresentado como “o Brasil que dá certo”, vai continuar fechado com políticos que se dizem patriotas mas colocam seus interesses pessoais acima do país? Ou finalmente acordará para o fato de que não existe soberania enquanto governantes tratam o Brasil como quintal de potências estrangeiras?
Chegou a hora de o setor produtivo e a sociedade entenderem que “patriotismo” de discurso não paga conta, não protege exportações e não garante mercado. É preciso separar bravatas de governança real e perceber que idolatria política, quando cega, cobra seu preço. O agro precisa decidir: segue de olhos fechados ou escolhe defender, de fato, o Brasil?