O Movimento Reaja Brasil é uma prova de que não vivemos em uma ditadura ?

O Movimento Reaja Brasil é uma prova de que não vivemos em uma ditadura ?

O Brasil de hoje respira um ar de intensa mobilização política, onde manifestações populares ganham as ruas. A capacidade de criticar abertamente o governo, protestar contra o presidente e defender ideias sem o risco de punição, prisão ou tortura é a maior prova de que nosso país está longe de viver sob uma ditadura. Em um regime democrático, a Constituição Federal garante a liberdade de expressão e o direito de manifestação. Isso permite que a população discorde e levante pautas polêmicas, pilares de uma sociedade livre e plural.

A realidade que vivemos hoje contrasta drasticamente com a do período da ditadura militar (1964-1985). Naquela época, a liberdade de expressão era um privilégio para poucos. O regime usava a repressão como sua principal ferramenta para silenciar opositores. Manifestações eram impensáveis e tratadas com extrema violência, podendo levar à prisão, à tortura e ao desaparecimento de ativistas. Um dos exemplos mais emblemáticos foi a Passeata dos Cem Mil, em 1968, no Rio de Janeiro. A resposta do governo a essa grande mobilização foi um endurecimento ainda maior do regime com a promulgação do Ato Institucional n.º 5 (AI-5). A censura se tornou uma ferramenta para controlar a imprensa e as artes, calando a voz de artistas como Chico Buarque e Geraldo Vandré, que ousavam questionar o sistema.

Você pode estar se perguntando sobre as pessoas presas por causa dos atos de 8 de janeiro em Brasília. É um questionamento válido, e a resposta nos ajuda a entender a diferença entre protesto democrático e crime. As pessoas detidas naqueles eventos não foram presas por protestar contra o governo ou por expressarem suas opiniões. Elas foram presas por cometerem crimes específicos, como depredar prédios públicos, forçar um golpe de Estado e atacar policiais. Um exemplo disso é o relato da cabo da PM Marcela Morais Pinno, agredida com barras de ferro enquanto tentava conter os invasores. Atos de violência física e dano ao patrimônio não são protegidos pelo direito de protesto em uma democracia. Mesmo com a gravidade de suas ações, os detidos em 8 de janeiro foram submetidos a julgamentos, seguindo as leis brasileiras. O que não ocorreu foi a execução de suas vidas ou a tortura, práticas comuns e sistemáticas no regime militar para silenciar opositores. Essa garantia de julgamento e do devido processo legal reforça a distinção fundamental entre o que vivemos hoje e os tempos de ditadura.

Agora, se os militares tivessem impedido o atual presidente de subir a rampa, como a vereadora Giselli Bianchini, que não acredita em urna eletrônica mas foi eleita e deve disputar as próximas eleições como deputada, gritava em defesa de um golpe em frente ao Tiro de Guerra em Maringá, será que ontem, se ela estivesse protestando contra o golpe que ela mesma defendeu, ela passaria ilesa?

Redação O Diário de Maringá

Redação O Diário de Maringá

Notícias de Maringá e região em primeira mão com responsabilidade e ética

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *