Maringá à Beira da “Idade das Trevas”? A cidade que precisa escolher entre o espetáculo e o progresso

Por Fúlvio B. G. de Castro
Professor de Sociologia e Bacharel em Direito.

Enquanto a cidade de Maringá se veste de capas e armaduras para celebrar uma festa medieval, o discurso e as ações do poder público local dão sinais preocupantes de retrocesso. Não é apenas a estética da Idade Média que invade o cenário urbano — mas também, segundo críticos, uma mentalidade autoritária e antiquada.

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Em declaração recente, o prefeito afirmou que “é preciso bater com vara nos vândalos”, frase que ecoa métodos punitivos incompatíveis com o Estado Democrático de Direito e que, para muitos, remete a tempos sombrios da história, quando a violência institucional era regra e não exceção.
Paralelamente, episódios polêmicos se acumulam: denúncias sobre a péssima qualidade do uniforme escolar fornecido pela rede pública; fuga de crianças de um abrigo municipal; e, no imaginário de alguns opositores, a cena simbólica de “prefeito e secretários algemados” como representação de um governo aprisionado em seus próprios erros e controvérsias.

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A pergunta que ecoa nas rodas políticas e sociais é direta: quando Maringá sairá dessa “idade das trevas” e retornará à “era das luzes”? Com mais três anos pela frente até o fim da atual gestão, parte da população teme que o avanço econômico e social seja postergado.
Especialistas em desenvolvimento regional apontam que a cidade precisa urgentemente olhar para o futuro: atrair indústrias, gerar empregos qualificados, fomentar o turismo de negócios e incentivar eventos e feiras voltados à tecnologia e inovação. Sem isso, Maringá corre o risco de permanecer encenando um passado romantizado, enquanto perde espaço no cenário competitivo contemporâneo.
Em tempos de globalização e transformação digital, não basta vestir a fantasia do progresso — é preciso agir como protagonista da modernidade.