Gasto de Moro com verba pública dispara em julho, mês de recesso, e levanta questionamentos sobre pré-campanha

Gasto de Moro com verba pública dispara em julho, mês de recesso, e levanta questionamentos sobre pré-campanha

Levantamento baseado em dados do Senado Federal revela que as despesas do gabinete de Sérgio Moro (União Brasil-PR) com aluguel de escritório político e passagens aéreas e terrestres tiveram um aumento de 54,87% em julho, período em que os parlamentares estavam em recesso legislativo, de 18 a 31 de julho, segundo a Agência Senado. Os gastos, que somaram R$ 34.737,39 neste mês, superam em R$ 12.307,79 a média dos meses anteriores.

O aumento atípico dos gastos em um período de menor atividade parlamentar levanta uma série de questionamentos, principalmente por coincidir com a fase de pré-campanha de Moro para o governo do Paraná em 2026. A legislação eleitoral proíbe o uso de recursos públicos para promoção pessoal ou campanha, e a utilização da cota parlamentar nesse contexto pode ser interpretada como desvio de finalidade.

Despesas em alta: qual o motivo?

Enquanto a média mensal das despesas nos meses de trabalho era de R$ 22.429,60, o mês de julho, teoricamente mais calmo, registrou um pico.

  • Passagens: O maior salto ocorreu nos gastos com passagens, que totalizaram R$ 17.450,21. Esse valor é superior ao de cinco dos sete meses anteriores, sugerindo uma intensa agenda de viagens.
  • Aluguel de escritório: As despesas com aluguel também cresceram, chegando a R$ 17.287,18. O valor, o segundo maior do ano, também indica uma possível intensificação da estrutura do gabinete em bases eleitorais.

Para especialistas em direito eleitoral, a movimentação de um parlamentar em seu estado de origem durante um ano pré-eleitoral é comum. No entanto, o uso da verba pública para cobrir despesas de viagens e estrutura de gabinete nesse período, sem uma clara justificativa relacionada à atividade legislativa, pode ser alvo de investigação.

A legislação eleitoral é clara ao proibir que verbas como a cota parlamentar sejam utilizadas para fins que não se enquadrem nas atribuições do mandato. A fronteira entre a atividade parlamentar e a campanha é tênue, mas a concentração de gastos em um mês de recesso, somada ao contexto de pré-campanha, cria uma zona cinzenta que merece atenção.

O aumento das despesas em julho pode, à primeira vista, parecer uma flutuação comum, mas quando analisado sob a lente da pré-campanha, os números ganham uma nova e polêmica interpretação. A pergunta que fica é: o dinheiro público está sendo usado para fins de campanha?

Fonte: https://www6g.senado.leg.br/transparencia/sen/6331/?ano=2025

Redação O Diário de Maringá

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