A nota da OPEM em defesa de Malafaia é um insulto à inteligência dos fiéis?

OPEM de Maringá Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”
Em um cenário de crescente tensão política no Brasil, a Ordem dos Pastores Evangélicos de Maringá (OPEM) divulgou nesta quinta-feira (21) uma nota pública em defesa do pastor Silas Malafaia, que se tornou alvo de investigação federal. A entidade evangélica critica o que chama de “atos inquisitoriais” e argumenta que a investigação fere a liberdade religiosa. No entanto, a nota está sendo interpretada por muitos como uma manobra para confundir fiéis e blindar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A nota da OPEM, intitulada “Nota ao Público”, manifesta “firme discordância” com a investigação e argumenta que “submeter um pastor a uma infundada investigação em razão de suas declarações de fé fere diretamente esses princípios constitucionais”. O texto ainda declara apoio a Malafaia, reconhecendo-o como “um servo que tem exercido seu chamado com fidelidade, ousadia e temor do Senhor”.
A defesa da liberdade religiosa, no entanto, contrasta com o teor das conversas atribuídas a Malafaia que vieram à tona. Nesses diálogos, o pastor supostamente utiliza um palavreado mais apropriado para um miliciano ou um gerente de boca de fumo do que para um líder religioso. Tais conversas revelam que ele teria atuado na articulação de estratégias para pressionar o Judiciário e, segundo investigações, para proteger Jair Bolsonaro.
A crítica que ecoa é a de que a nota da OPEM não busca um julgamento justo, mas sim transformar um suposto criminoso em vítima. A entidade estaria usando seu peso institucional para instrumentalizar a fé e a comunidade evangélica, confundindo os fiéis e manipulando a opinião pública em favor de uma agenda política. Essa conduta, para muitos, remete a passagens bíblicas como Mateus 24:11, onde Jesus diz: “E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos”. Além disso, Mateus 7:15 também adverte sobre falsos profetas, descrevendo-os como lobos em pele de cordeiro. Outras passagens relevantes incluem Mateus 24:24, que fala sobre falsos cristos e profetas operando sinais e prodígios, e 2 Pedro 2:1-3, que trata de falsos mestres.
A liberdade de expressão religiosa, nesse contexto, seria um pretexto para justificar incitações à violência e ações que podem ser consideradas criminosas. Ser pastor ou um líder religioso não pode ser utilizado como um salvo-conduto para atitudes criminosas. A OPEM, ao invés de pedir um julgamento justo, parece tentar isentar um indivíduo de suas responsabilidades perante a lei. Tal postura ignora um princípio fundamental do cristianismo, que é a distinção entre as esferas terrena e divina, conforme expresso na passagem bíblica de Mateus 22:21, onde Jesus, ao ser questionado, afirma: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
É bom lembrar à OPEM que, infelizmente, até o PCC (Primeiro Comando da Capital) já utilizou igrejas para lavar dinheiro do crime organizado, segundo investigações e matérias jornalísticas. Isso reforça a ideia de que todos, independentemente de sua função religiosa, estão sob a égide da lei, e a fé não pode servir de escudo para atos ilícitos.
O caso de Malafaia e a postura da OPEM em Maringá ecoam um debate nacional sobre os limites da liberdade de expressão para líderes religiosos e o papel que a igreja deve desempenhar em questões políticas. O episódio coloca em xeque a responsabilidade dos líderes e das instituições religiosas, confrontando a retórica piedosa com a dura realidade das ações e do discurso político que muitos consideram inaceitáveis. Veja a nota na ìntegra que supostamente confunde os fiéis e econde a verdade;




