Tarifaço de Trump não vai impedir o Brasil de crescer, afirma Ricardo Amorim

Economista aponta crédito como impulso ao crescimento e minimiza impacto das tarifas dos EUA sobre a economia brasileira.
O economista Ricardo Amorim adotou um raro tom otimista ao afirmar que o recente tarifaço imposto pelos Estados Unidos não deve comprometer o crescimento do Brasil. A declaração foi feita durante o Catálise Day, evento promovido pela Catálise Investimentos para celebrar seus 10 anos de atuação e que aconteceu em Curitiba no último dia 19.
Para embasar sua análise, Amorim mostrou que, desde 2021, o PIB brasileiro vem crescendo além das projeções dos economistas e que neste ano já está 0,4 pontos percentuais acima do estimado. Lembrou que a taxa de desemprego no país é a menor dos últimos anos, fechando 2024 em 6,2%.
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Com a alta da população ocupada e do salário médio real no país, o Brasil está com o consumo aquecido e pode absorver parte da produção nacional que deixar de ser exportada para os EUA, na avaliação do economista. Por isso, apontou a necessidade de impulsionar ainda mais o crédito no país.
Além disso, o economista insistiu na necessidade dos exportadores brasileiros buscarem novos mercados, para compensar uma queda nas importações dos Estados Unidos. Ele mostrou, por exemplo, que desde 2015, a China já compra mais soja brasileira que os Estados Unidos. “Existem outros mercados e precisamos explorá-los”, destacou.
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Por tudo isso, Amorim afirmou que os efeitos das barreiras comerciais não serão suficientes para paralisar o dinamismo da economia nacional. “Essa onda protecionista pode até trazer desafios, mas não será o obstáculo que muitos imaginam. O empresariado brasileiro tem força, criatividade e resiliência para superar”, disse.
A melhor opção mundial
Ricardo Amorim mostrou aos empresários que o Brasil é a melhor opção da atualidade para receber investimentos globais. Entre os países do BRICs, por exemplo, o Brasil possui um grande mercado consumidor interno, tem uma economia que cresce ano a ano, ao contrário da chinesa, por exemplo, e não está em guerra, como a Rússia. “Um investidor global que olhar os países emergentes, certamente escolherá o Brasil para fazer seus aportes”, assegurou.
Amorim disse estar convicto de que o Brasil reúne condições para manter o ritmo de expansão, desde que avance em inovação, produtividade e acesso ao crédito. “Nosso mercado de crédito está em transformação e isso cria novas oportunidades para empresas e investidores. O Brasil tem potencial para liderar avanços importantes nos próximos anos”, disse.
O economista também apontou a experiência do setor produtivo nacional em lidar com volatilidade como fator que pode reduzir os impactos da nova política comercial americana. “O impacto é real, mas não será suficiente para travar o avanço do crédito e do investimento interno”.
Além de Amorim, participaram do evento Allan Costa, empreendedor e especialista em inovação, que falou sobre transformação digital, e o colunista Fernando Schuller, que discutiu, em talk show mediado pelos sócios Bruno Lage e Marcelo Aoki, os impactos da polarização política sobre o desenvolvimento do país.