O comerciante foi preso depois de reagir contra quatro guardas municipais que acompanhavam uma ação de fiscalização
O prefeito Ulisses Maia determinou ao secretário municipal de Segurança, Clodoaldo Rossi, o afastamento dos guardas municipais que participaram do episódio envolvendo o comerciante Adriano Rosa dos Reis, na tarde desta terça-feira, na avenida Pedro Taques. Ele foi preso em flagrante por agressão e dano ao patrimônio público.
O comerciante foi preso depois de reagir contra quatro guardas municipais que acompanhavam uma ação de fiscalização. O lava jato de sua propriedade já tinha sido autuado e havia uma nova denúncia de que estaria funcionando novamente. Quando a Fiscalização chegou, ele teria agredido o fiscal e investido contra a viatura.
A Guarda Municipal é chamada, nesses casos, para dar segurança aos fiscais, como tem acontecido durante as operações da Fiscalização Integrada e só intervém quando preciso para garantir o trabalho dos otros servidores.
O fato de o comerciante ter desmaiado durante a contenção foi o assunto da tarde e da noite nas redes sociais. Para alguns, a GM fez o serviço dela, cumpriu o Código Tributário e o Código Penal, tendo usado a força (ou técnica do mata-leão, que deixa a pessoa desacordada por alguns segundos) em último caso.
“Como você vai conter uma pessoa de 1m90 e 150 quilos?”, questionou outro, em um grupo e WhatsApp. Para colocar o comerciante na maca, quando a viatura do Samu chegou, foram necessarias quatro pessoas.
Além do afastamento dos GMs, o prefeito mandou recolher as viaturas da Guarda Municipal até segunda ordem. “Eles vão ter direito de defesa, contraditório, mas não compactuo com violência e não aceito o que fizeram”, disse ele em áudio que circula nas redes sociais.
Em outro áudio, o guarda municipal que deu o ‘mata-leão’ diz ter agido conforme o procedimento padrão. Ele lamentou que as pessoas julgassem só pelas imagens mostradas e não soubessem o que srealmente e passou.
No áudio, ele disse que o homem, ao ser novamente notificado da infração, reagiu agredindo, necessitando de vários GMs para sua contenção. O rapaz ficou desmaiado no asfalto até a chegada do socorro, recobrou os sentidos e foi levado, em viatura da Polícia Militar, para a delegacia de polícia, onde foi autuado em flagrante por agressão.
Em vídeos nas redes sociais, há depoimento de familiares informando que o comerciante estava sentado defronte seu estabelecimento (ele reside nos fundos) quando a Fiscalização chegou. Eles criticaram a atuação dos guardas, que teria usado força excessiva. Alegaram também que o local não estava aberto, embora circule a informação de que uma BMW estaria sendo lavada ali.
Policiais militares foram chamados ao local, já que as pessoas que passavam pela avenida viam a cena da contenção e se revoltaram por acreditar que o comerciante estava sendo agredido e, depois, desacordado, no asfalto.
O episódio causou rebuliço também na Câmara de Maringá, onde o presidente Mário Hossokawa (PP) chegou a gravar áudios reclamando que o prefeito não tem ouvido os representantes do comércio, linkando o caso da prisão do dono do lava jato. Hossokawa disse temer com desdobramentos piores, depois do caso envolvendo a GM. “Diante do que aconteceu, acho que o prefeito nem vai poder sair nas ruas”, chegou a dizer.
Foram três áudios que ele gravou e enviou aos vereadores, que por sua vez reproduziram nos grupos de WhatsApp. “Foi uma bênção”, comentou um vereador. “Agora não vão falar do reajuste dos 4,3%”, disse.
Adriano Rosa dos Reis, o comerciante preso ontem à tarde pela GM, foi cabo eleitoral do ex-vereador Negrão Sorriso e, em 2016, denunciou o então vereador na imprensa e na justiça por uso indevido de seus documentos pessoais na prestação de contas. da eleição de 2014.
Na Justiça Eleitoral, a denúncia não prosperou, tendo o juiz Rodrigo Peluso Junior não encontrado dolo no fato de Jones Darc de Jesus em omitir doações ou utilizado de documentos falsos, tendo encaminhado à Polícia Federal, em 2019, para apuração da prática do crime de denunciação caluniosa “praticado, em tese, por Adriano Rosa Reis”.
Faltou profissionalismo,de ambas as partes, nesse momento difícil o qual estamos passando,,temos que ter bastante cautela