Aeronave oficial: ferramenta de gestão ou de pré-campanha presidencial?

Aeronave oficial: ferramenta de gestão ou de pré-campanha presidencial?

Nos últimos meses têm chamado atenção as viagens do governador Carlos Massa Ratinho Junior em aeronaves oficiais do Governo do Paraná. As agendas incluem deslocamentos para Brasília e para o Estado de São Paulo. A preocupação que surge em parte da sociedade é se tais compromissos estariam restritos ao interesse administrativo do Paraná ou se poderiam ser interpretados como movimentos típicos de uma pré-campanha presidencial.

Não se trata de afirmar irregularidades, mas de reconhecer que o uso de bens públicos, especialmente de alto custo como uma aeronave oficial, exige absoluta transparência. A fronteira entre a agenda institucional de um chefe de Estado e os primeiros passos de um projeto político nacional é, muitas vezes, difícil de perceber para o cidadão comum.

Outro ponto frequentemente citado por analistas e críticos está na comunicação do governo estadual. As mensagens que apresentam o Paraná como “exemplo para o Brasil” aparecem em veículos de comunicação ligados à família do governador e também em emissoras que, segundo informações públicas, recebem mídia paga por meio de contratos oficiais. A legalidade desses contratos não é questionada, mas o efeito político é evidente: a repetição dessa narrativa fortalece a imagem pessoal do governador em um momento de especulação sobre suas ambições nacionais.

Há, ainda, uma dúvida levantada por setores da sociedade: a respeito da situação financeira das empresas de comunicação ligadas ao pai do governador. Informações veiculadas em diferentes momentos apontam para uma suposta dívida com a União, mencionada como superior a R$ 80 milhões. Resta saber se esses valores foram quitados, renegociados, anistiados ou declarados inexistentes pela Justiça. Também seria relevante esclarecer quanto dinheiro público, em forma de publicidade oficial, foi destinado a essas empresas nos últimos sete anos. Mesmo que tudo esteja dentro da legalidade, a percepção de possível favorecimento inevitavelmente alimenta questionamentos.

A princípio, ao verificar o valor de cada despesa, a diária parece ser pouca. No entanto, se considerarmos que, além da diária, o avião utilizado é do Governo do Estado do Paraná e que não consta o valor gasto com combustível e outras despesas da aeronave, isso é algo que preocupa os paranaenses.

Num cenário em que as fronteiras entre governar e construir um palanque podem se confundir, é legítimo perguntar se a narrativa colocada em circulação serve primordialmente ao interesse da população ou se está a serviço de um projeto político mais amplo. O Paraná pode e deve ser exemplo para o Brasil, mas sobretudo no exercício da ética, da transparência e da responsabilidade com os recursos público

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Redação O Diário de Maringá

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