Henrique Pinto e a responsabilidade de não politizar a SRM

Com a nova diretoria da Sociedade Rural de Maringá (SRM), renova-se também a expectativa de que as promessas de campanha interna sejam efetivamente cumpridas. O atual presidente, Henrique Pinto, em declarações públicas, já sinalizou que pretende usar a força institucional da entidade para buscar recursos. Embora isso possa ser positivo se for em benefício dos associados e da comunidade, há risco de que essa influência seja direcionada a interesses políticos ou pessoais.

Entretanto, a história recente do país mostra que entidades de grande peso econômico e social muitas vezes se tornam instrumentos de grupos políticos em vez de permanecerem a serviço de seus verdadeiros objetivos estatutários. O risco de que a SRM seja usada como palanque eleitoral em 2026 é real, e Henrique Pinto terá responsabilidade direta caso a entidade seja instrumentalizada.

Não se trata de condenar previamente a gestão, mas de destacar a necessidade de vigilância. A SRM tem responsabilidade histórica e institucional que vai muito além das disputas partidárias. O uso de sua estrutura, de seus eventos e de sua influência para favorecer candidaturas ou interesses específicos seria um desvio grave de sua missão.

É importante a participação das famílias na SRM, pois a tradição e a continuidade podem fortalecer a entidade. No entanto, ela não pode estar a serviço de apenas uma família dirigente, sob o risco de comprometer sua representatividade e se afastar dos interesses coletivos de seus associados.

Ainda mais preocupante seria se a entidade, sob qualquer pretexto, viesse a patrocinar ou apoiar atos que afrontem a democracia, algo que mancharia não apenas sua imagem, mas também comprometeria o setor produtivo que ela representa. A sociedade civil, os associados e a imprensa devem cobrar transparência e coerência para que Henrique Pinto conduza a SRM de forma fiel ao propósito de fortalecer a agropecuária e contribuir para o desenvolvimento da região, e não para alimentar projetos de poder.