Dados desmentem Ratinho Junior: repatriação de veículos não equilibra cofres municipais

Ratinho Junior é ruim de geografia e de matemática
O governador Ratinho Junior tem repetido em entrevistas que a perda de arrecadação com a redução do IPVA será compensada pelo aumento de registros de veículos que antes eram emplacados em outros estados, como Santa Catarina. No entanto, quando olhamos para os números essa narrativa não se sustenta.
Em Maringá, por exemplo, a frota atual é de 355.630 veículos. Com a redução de 45% no IPVA, é como se 45% dessa frota simplesmente deixasse de pagar o imposto. Em números absolutos isso equivale a aproximadamente 160 mil veículos (160.033,5).
Ou seja, para que a perda fosse neutralizada apenas com novos emplacamentos, Maringá teria que registrar de uma só vez 160 mil carros a mais. Isso é totalmente fora da realidade.
A conta é simples: não há como imaginar que uma migração de veículos de outros estados, mesmo que real, alcance um volume tão expressivo. O discurso do governo, portanto, não passa de retórica política para tentar minimizar o impacto da medida sobre os cofres municipais.
É importante deixar claro que O Diário de Maringá é favorável à redução do IPVA, pois pagar menos imposto sempre representa um alívio para os contribuintes. No entanto, somos contrários à postura do governo Ratinho Junior de não apresentar alternativas concretas para compensar as perdas que os municípios terão em sua arrecadação.
Precisamos lembrar que todo o dinheiro dos impostos, seja municipal, estadual ou federal, nasce nos municípios. É neles que as pessoas vivem, trabalham e precisam de serviços públicos. Infelizmente, tanto o Estado quanto a União não produzem nada, apenas gastam os impostos que são arrecadados nos municípios. Quando o governo estadual ignora essa realidade e não cria mecanismos de compensação, transfere o peso da conta diretamente para as prefeituras e, em consequência, para a população.