Dever com César ou com Deus? Giselli Bianchini supostamente falha em ambos

A passagem bíblica é direta: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:21). Nela, Jesus nos lembra da importância de cumprir nossas obrigações tanto espirituais quanto civis, separando o que é do Estado daquilo que pertence à consciência e à moral.
A vereadora Giselli Bianchini, que se apresenta publicamente como “conservadora” e “religiosa”, supostamente não tem seguido à risca esses princípios. Por um lado, acumula uma dívida de impostos e taxas com o município de Maringá que ultrapassa os R$ 100 mil. Se confirmada, essa situação evidencia um descumprimento com “César”, ou seja, o dever cívico de entregar ao Estado o que lhe é devido.
Por outro lado, o uso das redes sociais e da tribuna da Câmara, em algumas ocasiões, tem sido direcionado para a propagação de informações que nem sempre correspondem à realidade. Neste contexto, supostamente, não estaria entregando a “Deus” o que é de Deus, uma metáfora para ética, verdade e responsabilidade moral, pilares essenciais da vida pública e privada.
Ainda surgem questionamentos sobre recursos de campanha que não teriam sido devidamente declarados, levantando suspeitas de caixa 2 e resto de camapanha que não foram pagos. Tudo isso reforça a incoerência entre a imagem de “conservadora” e “religiosa” e atitudes que, no mínimo, parecem desconsiderar obrigações legais e morais.
Este editorial não pretende julgar judicialmente, mas é um alerta sobre a importância de agentes públicos honrarem suas responsabilidades legais e morais. Governar e legislar é ato de confiança. Quando a transparência e a ética não acompanham a retórica, quem perde não é apenas o eleitor, mas a própria democracia.
Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. A credibilidade política e moral se constrói com coerência; sem ela, até a imagem mais religiosa pode se tornar apenas retórica vazia.