Bactéria ‘comedora de carne’ contamina atletas em piscina

Bactéria ‘comedora de carne’ contamina atletas em piscina

Uma superbactéria conhecida como “comedora de carne” acendeu o alerta para os cuidados com piscinas ao redor do mundo. O caso mais recente foi registrado nos Estados Unidos, onde uma jovem atleta de 23 anos e dois primos foram diagnosticados com MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina) após nadarem em uma piscina de hotel. A infecção, considerada grave e potencialmente fatal, pode destruir tecidos, levar a amputações e, em situações extremas, à morte.

Situações como essa reforçam a importância de manter a água da piscina sempre tratada. O MRSA é uma das superbactérias mais perigosas conhecidas atualmente, caracterizada pela resistência a diversos antibióticos. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), se não surgirem medicamentos eficazes, infecções causadas por bactérias resistentes poderão provocar até 10 milhões de mortes por ano até 2050, ultrapassando os números do câncer. Esse tipo de bactéria não se limita a ambientes hospitalares: ela pode se espalhar em locais com água contaminada ou tratamento inadequado, como piscinas, spas e banheiras coletivas.

Riscos comuns em piscinas sem tratamento adequado

Embora casos envolvendo essa superbactéria sejam raros, eles funcionam como alerta para a necessidade de cuidado com a água. Piscinas sem tratamento adequado ou com produtos aplicados de forma incorreta podem se tornar ambientes favoráveis à proliferação de bactérias e fungos, responsáveis por problemas mais comuns, como otite, conjuntivite, dermatites e infecções gastrointestinais. Além da água, superfícies como bordas, escadas e áreas molhadas ao redor também podem abrigar microrganismos, aumentando o risco de contaminação, especialmente quando há feridas ou cortes na pele.

O cloro, quando mantido na dosagem correta, atua na eliminação dessas bactérias. Porém, níveis baixos ou irregulares permitem que elas sobrevivam e se espalhem, comprometendo a qualidade da água e favorecendo infecções.

Métodos de tratamento da água

Para reduzir riscos, é essencial manter a piscina limpa e higienizada. O cloro tradicional é reconhecido como o método mais utilizado e eficaz na desinfecção, desde que aplicado na dose correta, sendo indicado tanto para piscinas residenciais quanto coletivas. Esse tratamento é amplamente explicado no livro “Piscina: Água, Tratamento e Química”, de Jorge Macedo.

Um método considerado eficaz no tratamento de piscinas é o gerador de cloro, que, por meio do processo de eletrólise, produz cloro diretamente na piscina a partir de uma baixa concentração de sal dissolvido na água, mantendo a desinfecção de forma contínua. Já a filtração adequada é essencial para remover impurezas físicas da água, prevenindo o acúmulo de sujeira e contribuindo para a redução do risco de algas e bactérias.

Segundo Luan Ladeira, engenheiro responsável pelo dimensionamento e acompanhamento de grandes projetos em resorts pelo Brasil, a escolha do método depende da estrutura da piscina e do nível de automação desejado: “O gerador de cloro é considerado um sistema de tratamento primário, enquanto o ozônio atua apenas como tratamento complementar. Isso significa que uma piscina pode ser tratada exclusivamente com o gerador de cloro”, explica Ladeira.

Fabricação nacional e mercado

No Brasil, algumas empresas fabricam geradores de cloro. Parte significativa desses equipamentos ainda é importada, o que pode dificultar a reposição de peças e a realização de manutenções. A Nautilus produz geradores de cloro há mais de 20 anos. Em 2013, a empresa recebeu o prêmio de Melhor Fabricante de Filtros e Motobombas, concedido pela Associação Nacional das Empresas e Profissionais de Piscinas (ANAPP). Esse histórico evidencia a trajetória da empresa no desenvolvimento de soluções voltadas ao tratamento contínuo da água de piscinas.

Manutenção e prevenção

Além de definir o sistema de tratamento, é necessário manter a manutenção em dia. Testes na água devem ser realizados semanalmente, assim como a limpeza de bordas e áreas molhadas. A retrolavagem do filtro deve seguir as recomendações do fabricante. Também é importante que os usuários tomem banho antes de nadar e evitem entrar na piscina com feridas ou cortes, reduzindo o risco de contaminação.

Sobre a automação do processo, Ladeira explica: “O gerador de cloro automatiza o processo de tratamento da piscina, operando de forma integrada ao conjunto filtrante. Dessa maneira, ele gera cloro diariamente de forma automática”, afirma.

Saúde pública e piscinas seguras

O caso registrado nos Estados Unidos mostra que manter a água da piscina sempre tratada não é apenas uma questão estética, mas, sobretudo, de saúde. A adoção de sistemas de tratamento adequados, tecnologias complementares e manutenção regular contribuem para a redução de riscos, favorecendo ambientes mais seguros para o uso coletivo e residencial.

DINO