Dinheiro no caixa, mas buraco na rua: o superávit que esconde incompetência e falta de planejamento

Superávit no setor público é, na maioria das vezes, uma ilusão. Prefeituras, estados ou a União não “ganham dinheiro” como empresas. Quando aparece um saldo positivo no final do ano, muitas vezes não é fruto de eficiência ou planejamento, mas de decisões que deixam de atender o que realmente é necessário. É como se o gestor simplesmente deixasse de cumprir compromissos ou adiásse gastos essenciais para criar um superávit “fake”.
Imagine alguém que, no fim do mês, decide não pagar a conta de água, luz, internet, telefone, condomínio ou aluguel, apenas para deixar o saldo bancário mais bonito. Para quem olha só o extrato, parece que há dinheiro guardado. Mas a realidade é outra: obrigações estão sendo negligenciadas, e serviços que a população precisa continuam sem recursos.
Não se trata de defender gastar mais do que se arrecada. O ponto é que o chamado “superávit” no setor público raramente é um prêmio. É muitas vezes resultado de recursos que poderiam ter sido aplicados em saúde, educação, infraestrutura ou segurança sendo mantidos “parados” por falta de execução ou prioridades mal definidas.
O verdadeiro desafio da gestão pública é transformar cada centavo em serviços de qualidade e resultados concretos para a população. Superávit, nesse setor, quando acontece dessa forma, não é vitória; é sinal de planejamento falho e oportunidades perdidas.