Hospitais de câncer superam crises com solidariedade

No Brasil, a filantropia tem se mostrado um aliado decisivo para que hospitais públicos de câncer ofereçam tratamento de qualidade e gratuito a milhares de pacientes. Instituições como o Graacc, que se sustenta por doações, o Hospital de Amor de Barretos, onde até 60% dos recursos vêm de iniciativas filantrópicas, e a Liga Contra o Câncer, responsável por 65% da demanda oncológica do Rio Grande do Norte, são exemplos de como a solidariedade fortalece a saúde pública e garante acesso a terapias de ponta.
No Paraná, o Hospital do Câncer de Londrina viveu desafios semelhantes. Com dívidas e risco de paralisação de serviços essenciais, encontrou no título de capitalização Viva Sorte, criado por Renato Ambrosio, um parceiro capaz de transformar essa realidade. Desde julho de 2024, a parceria possibilitou mais de 18 mil cirurgias oncológicas, uma média de cerca de mil procedimentos por mês, além da reforma da ala infantil e do terceiro andar do hospital, melhorando a infraestrutura e a experiência de atendimento para centenas de pacientes. A Santa Casa de Londrina também é beneficiada pelo Vale Sorte, versão local do título, ampliando o impacto das ações.
A informação sobre esses recursos fica ainda mais evidente neste período do ano, em que se iniciam campanhas de conscientização de impacto, como o Outubro Rosa, promovida pelo Ministério da Saúde para alertar mulheres sobre a importância dos exames preventivos que facilitem o diagnóstico precoce para o câncer de mama e o câncer de colo do útero, os que mais acometem as mulheres.
Iniciativas solidárias
O Viva Sorte atua na modalidade de filantropia premiável de pagamento único, destinando parte de seu faturamento a hospitais e projetos sociais. Desde seu lançamento em setembro de 2022, já distribuiu cerca de R$ 50 milhões em prêmios, incluindo casas, carros, motos e valores em dinheiro. Os sorteios são transmitidos ao vivo pela TV Bandeirantes, em programa apresentado por Renato Ambrosio, promovendo engajamento nacional e incentivando uma cultura de solidariedade em todo o país.
Renato Ambrosio iniciou sua relação com o Hospital do Câncer de Londrina em 2014, quando doou recursos próprios para manter a ala infantil, ameaçada de fechamento. Durante a pandemia de COVID-19, ele organizou lives solidárias com artistas como Gusttavo Lima, Wesley Safadão e Bruno & Marrone, garantindo que o hospital continuasse a atender pacientes oncológicos em um período crítico.
"A gente ajudou a manter aberto o hospital em um momento terrível. Porque durante a pandemia o hospital tratava as pessoas com Covid e, ao mesmo tempo, outras com câncer. As doenças não pararam e, a partir daquele momento, eu comecei a manter essa relação com o Hospital do Câncer e nunca mais parei. Iniciativas solidárias, atualmente, são essenciais para a manutenção das atividades desses hospitais e do tratamento de milhares de pessoas", relata Renato.
A experiência de instituições como o Hospital do Câncer de Londrina, o Graacc, Hospital de Barretos e a Liga Contra o Câncer mostra que a filantropia vai além do apoio financeiro: é instrumento de transformação social, inclusão e excelência na saúde pública. Ao unir solidariedade, gestão eficiente e mobilização social, essas instituições demonstram que é possível superar desafios históricos, garantindo atendimento gratuito de qualidade e consolidando o Brasil como referência em oncologia.