Enquanto houver quem troque a confiança pelo lucro, a sombra de Judas continuará rondando os gabinetes do poder

Enquanto houver quem troque a confiança pelo lucro, a sombra de Judas continuará rondando os gabinetes do poder

Judas e os Cargos de Confiança: A Traição que se Repete Há Mais de Dois Milênios

Na história da humanidade, poucos nomes se tornaram tão sinônimos de traição quanto Judas Iscariotes. Escolhido por Jesus Cristo para estar entre os doze apóstolos, Judas não era apenas um discípulo, ele ocupava um cargo de confiança. Era o tesoureiro do grupo, responsável por cuidar do dinheiro das doações e sustentar a pequena comunidade que seguia o Mestre. Era, portanto, alguém em quem se depositava fé, responsabilidade e lealdade.

Mas foi justamente esse homem de confiança que, movido pela cobiça, entregou seu amigo e líder por 30 moedas de prata, o preço da sua consciência e da sua honra. Desde então, já se passaram cerca de 1.992 anos da crucificação de Cristo, e, no entanto, o comportamento de Judas continua vivo, agora travestido em outras formas e rostos.

O mais chocante é lembrar que até gente da confiança de Jesus o traiu. Se o próprio Mestre, símbolo máximo de pureza e sabedoria, passou por isso, imagine o que enfrentam hoje aqueles que, em cargos públicos, dão oportunidade a alguém para ocupar uma função de confiança. A história se repete e, infelizmente, com os mesmos enredos e motivações.

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Nas administrações públicas, sobretudo nas prefeituras, os chamados cargos de confiança deveriam representar o mesmo que Jesus esperava dos seus apóstolos: fidelidade, zelo e comprometimento com a missão. São pessoas escolhidas não por concurso, mas por afinidade, confiança e, teoricamente, por mérito e integridade. No entanto, assim como Judas, muitos ocupantes desses cargos transformam a oportunidade de servir em uma chance de se servir.

Protocolo de 12 anos

traição moderna já não se dá com um beijo no rosto, mas com um contrato superfaturado, um favorecimento ilícito ou uma decisão administrativa feita às escondidas. O motivo, contudo, permanece o mesmo há quase dois milênios: dinheiro. O brilho das moedas continua seduzindo, e a ambição continua corrompendo.

É irônico perceber que, embora tenhamos avançado em ciência, tecnologia e formas de governo, ainda tropeçamos na mesma pedra moral que derrubou Judas. A tentação do ganho fácil e o desvio da confiança pública continuam sendo os pecados mais repetidos da política e da gestão.

Assim como Jesus, que foi traído por quem lhe era mais próximo, muitas administrações são abaladas não pelos adversários, mas por aqueles que deveriam proteger a integridade do governo. A história ensina, mas poucos se dispõem a aprender.

Do beijo de Judas às canetas de hoje, o tempo mudou, mas a natureza da traição continua a mesma.
E, enquanto houver quem troque a confiança pelo lucro, a sombra de Judas continuará rondando os gabinetes do poder.

Redação O Diário de Maringá

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