“Enrola Paraná”: o jeito Ratinho Junior de administrar, privatiza e faz pose de gestor

“Enrola Paraná”: o jeito Ratinho Junior  de administrar, privatiza e faz pose de gestor

O Governo Ratinho Junior transformou o chamado “Método Paraná” em uma espécie de mantra publicitário. Está nas propagandas, nos discursos e nas campanhas institucionais, apresentado como sinônimo de eficiência, planejamento e resultados. Mas, na prática, o que realmente representa esse “método” tão exaltado pelo governador?

Ao observar o estado real das coisas, o “Método Paraná” parece existir mais nas peças de marketing do que nas ruas. Obras paradas, serviços públicos sucateados e servidores desvalorizados expõem uma dura realidade que os slogans oficiais tentam encobrir.

Enquanto o governo fala em inovação e gestão moderna, trabalhadores seguem sem receber, professores enfrentam defasagem salarial e policiais e bombeiros vivem a incerteza de aposentadorias que se esvaem após anos de contribuição. É difícil enxergar eficiência onde falta respeito ao funcionalismo público.

A privatização da Copel é outro exemplo do que se esconde sob o rótulo do “método”. Vendida como modernização inevitável, trouxe, na prática, falta de luz em várias cidades e redução de investimentos essenciais. O que o governo chama de eficiência, o cidadão sente como abandono.

Na educação, as denúncias de terceirização de escolas levantam sérias dúvidas sobre quem realmente se beneficia com as novas parcerias. Enquanto empresas privadas lucram, professores enfrentam salas superlotadas e falta de estrutura. E para agravar, há suspeitas de que o governo esteja maquiando resultados educacionais para inflar índices como o IDEB, numa tentativa de criar uma imagem de sucesso que não corresponde à realidade.

Na habitação, o “Método Paraná” também tem se mostrado uma peça de propaganda. O programa Casa Fácil, alardeado como uma criação do governo estadual, é na verdade financiado majoritariamente pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida, que responde por cerca de 94% dos recursos, enquanto o governo do Estado contribui com apenas 6%. Mesmo assim, nas entregas e nas propagandas oficiais, o crédito total é apropriado pelo governo estadual, como se todo o investimento fosse fruto do “método” paranaense de gestão.

O mesmo vale para o asfalto prometido em todo o Estado, que aparece nas campanhas de TV em imagens geradas por computador, mas não chega à realidade de inúmeras cidades da região, onde as crateras nas ruas se multiplicam. Promessas de pavimentação se perdem no tempo, e já há quem duvide que o asfalto virtual vire concreto antes do término do mandato de Ratinho Junior.

O que se observa é um método de gestão voltado à autopromoção, não ao bem público. Um modelo que entrega o patrimônio dos paranaenses à iniciativa privada, enquanto o Estado lava as mãos diante de suas responsabilidades sociais.

Se o “Método Paraná” é, de fato, o modelo de governar de Ratinho Junior, é um método que privilegia a aparência sobre a substância, o marketing sobre a verdade, e os interesses econômicos sobre as necessidades do povo.

No fim, o “Método Paraná” parece ser apenas isso: um slogan publicitário bem embalado para mascarar a precarização de um governo que prometeu gestão, mas entregou descaso.

Redação O Diário de Maringá

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