Conservadora ou ditadora? Giselli Bianchini e a defesa de regimes opressores

Conservadora ou ditadora? Giselli Bianchini e a defesa de regimes opressores

Na Câmara Municipal de Maringá, a vereadora Giselli Bianchini fez declarações que merecem reflexão séria. Ela elogiou o governador do Rio de Janeiro por uma operação policial e chegou a comparar sua coragem à do presidente de El Salvador, Nayib Bukele.

O problema é que Bukele não é um exemplo de democracia. Desde 2022, ele governa com estado de exceção, promovendo prisões em massa, mais de 80 mil pessoas, muitas sem julgamento justo, concentrando detentos em megaprisionais e alterando o equilíbrio institucional para permitir sua reeleição imediata.

Além disso, Bukele exerce forte pressão sobre a imprensa e organizações da sociedade civil. Jornalistas críticos enfrentam assédio, processos judiciais, campanhas de difamação, censura indireta e, em alguns casos, são forçados ao exílio. ONGs que dependem de doações estrangeiras enfrentam leis e impostos que dificultam suas operações, dificultando a fiscalização do governo e limitando a liberdade de expressão.

El Salvador tem cerca de 6,36 milhões de habitantes e enfrenta insegurança alimentar grave, com quase metade da população em situação de fome ou vulnerabilidade. Enquanto o país ainda mantém a aparência de uma república democrática com eleições, a erosão sistemática das normas e instituições democráticas, a concentração de poder e as violações dos direitos humanos levaram muitos observadores a classificar o regime atual como um autoritarismo competitivo ou uma ditadura em consolidação. O próprio Bukele já se referiu a si mesmo, em tom de brincadeira, como “o ditador mais legal do mundo”.

O que torna a situação ainda mais preocupante é o histórico da vereadora em Maringá. Giselli Bianchini já defendeu publicamente intervenção militar no Brasil, em apoio a Bolsonaro, sugerindo a quebra da ordem constitucional para resolver problemas políticos. Essa postura, somada ao elogio a Bukele, levanta uma questão alarmante: estaria a vereadora apoiando ou relativizando governos autoritários e ditatoriais como modelo de liderança?

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Elogiar operações de segurança ou ações firmes contra o crime é legítimo. Mas quando se traçam paralelos com líderes que violaram direitos, perseguem a imprensa e concentram poder, o debate deixa de ser sobre segurança e passa a ser sobre valores fundamentais do Estado de Direito.

A população de Maringá precisa se perguntar qual tipo de liderança estamos incentivando quando representantes públicos defendem governos que comprometem a democracia. O elogio à força, sem ponderar liberdade, instituições e direitos humanos, é um alerta de que autoritarismo não deve ser romantizado.

Redação O Diário de Maringá

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