Realidade impõe derrota a quem previa Brasil de joelhos diante dos EUA

Realidade impõe derrota a quem previa Brasil de joelhos diante dos EUA

A decisão dos Estados Unidos de revogar a tarifa adicional de 40% sobre diversos produtos agropecuários brasileiros reacende um debate curioso no Brasil. Afinal, quem dizia que o país teria de “pedir clemência” ao governo americano agora precisa lidar com a realidade. Houve diplomacia, negociação e soberania. Nada de ajoelhar, nada da submissão fantasiosa criada para inflamar redes sociais.

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O comunicado oficial do governo brasileiro deixa isso exposto. Washington retirou a tarifa após um processo de diálogo que envolveu conversa direta entre o presidente Lula e o presidente Donald Trump, em 6 de outubro, e negociações técnicas conduzidas pelo Itamaraty. Não houve humilhação, pedido desesperado ou qualquer demonstração de inferioridade. Houve trabalho diplomático, aquele que não aparece em meme, mas resolve problemas reais.

Momento de alegria

A própria Ordem Executiva americana cita “avanço inicial das negociações” como fundamento da decisão. Se houve avanço, é porque houve negociação entre iguais. Isso desmonta o discurso insistente da militância bolsonarista, que tenta pintar o Brasil como um país fraco, isolado e sem voz no cenário internacional. A realidade bate de frente com a narrativa.

O movimento dos EUA será retroativo a 13 de novembro, a mesma data da reunião em Washington entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário Marco Rubio. É mais um lembrete de que diplomacia séria funciona com preparo, técnica e representação legítima, e não com gritaria, fanatismo ou bajulação.

E é impossível ignorar um ponto. Para alguns setores bolsonaristas, qualquer gesto dos EUA só acontece se o Brasil se arrastar. E, sinceramente, se Bolsonaro ainda fosse presidente, não é difícil imaginar o desfecho. A devoção quase religiosa a Donald Trump falaria mais alto do que o interesse nacional. O país teria sido empurrado para uma postura humilhante, de cabeça baixa, exatamente como a própria bancada bolsonarista tentou pressionar nos últimos dias ao sugerir que o Brasil deveria “implorar” pela retirada das tarifas. Diplomacia, para esse grupo, parece ser sinônimo de subserviência.

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O desfecho atual mostra algo simples. Respeito internacional não se conquista com idolatria nem com patriotismo performático. Conquista-se com estabilidade institucional e com uma diplomacia que age, e não com uma que faz cena para agradar plateias internas.

A retirada parcial das tarifas é apenas um passo, e o governo brasileiro já indicou que seguirá negociando para derrubar os demais entraves. É assim que países soberanos resolvem conflitos. Conversam, impõem-se quando necessário e defendem seus interesses com firmeza, sem transformar a política externa em espetáculo de culto a lideranças estrangeiras.

O Brasil tem 201 anos de relações diplomáticas com os EUA e sabe muito bem como se posicionar. Quem esperava ver um governo pedindo perdão terá de engolir a frustração. O país agiu como Estado e não como fã-clube de político americano.

Redação O Diário de Maringá

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