Iporã: Afastamento do presidente da Câmara e prisão de quatro pessoas, incluindo um secretário municipal
O Ministério Público do Paraná, por meio da Promotoria de Justiça de Iporã, no Noroeste do estado, deflagrou nesta terça-feira, 9 de junho, quatro operações, executadas com apoio do núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Federal. A Justiça emitiu mandados de busca e apreensão contra vereadores de Iporã e determinou o afastamento do presidente da Câmara e mais dois servidores, a prisão do secretário de Licitações e de três empresários e a suspensão de contratos do Município com uma empresa investigada. No total das quatro operações, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, em residências, em gabinetes de vereadores, no Setor de Licitações da Prefeitura e na sede de uma empresa.
Operação Voto Caro – Atendendo pedido da Promotoria Eleitoral de Iporã, a Justiça Eleitoral expediu oito mandados de busca e apreensão, cujo cumprimento foi realizado pela Polícia Federal, buscando apurar a prática de crimes eleitorais durante o pleito de 2016 (compra de votos). Foram alvos da operação vereadores no exercício do mandato.
Operação Rescaldo – Com apoio do Gaeco, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em investigação cível que apura a prática de atos de improbidade de vereadores de Iporã, decorrentes de enriquecimento ilícito ante a evolução patrimonial incompatível com o trabalho exercidos pelos investigados.
Operação Intermezzo – A investigação apura a prática dos crimes de falsidade ideológica, organização criminosa e crime contra a lei de licitações, em prejuízo ao Município. Com apoio do Gaeco, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. Decisão judicial relativa a essa operação determinou a suspensão do exercício da função pública do atual presidente da Câmara de Vereadores e de outros dois servidores do Legislativo Municipal.
Operação Overbooking – A investigação apura a prática dos crimes de organização criminosa e crime contra a lei de licitações, em prejuízo ao Município de Iporã. Também com apoio do Gaeco de Cascavel, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Decisão judicial no âmbito dessa operação determinou a prisão do atual secretário de Licitações de Iporã e de outras três pessoas, bem como a suspensão de contratos do Município com uma empresa investigada. Também foi alvo de mandado de busca e apreensão e da proibição de contato com os investigados o ex-secretário de Licitações, preso na Operação Cleptocracia, deflagrada em outubro de 2019.
Promovida pelo Gaeco de Cascavel e pela Promotoria de Justiça de Iporã, a Operação Cleptocracia revelou a existência de organização criminosa dedicada à prática de crimes licitatórios, corrupção passiva, falsidade ideológica e peculato, resultando no afastamento do prefeito e da procuradora então em exercício e na prisão de cinco pessoas, com o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão em diversas cidades e na suspensão de contratos de 12 empresas investigadas.