Rodrigo Maia diz que é grave Bolsonaro tratar de hidroxicloroquina e que políticos não devem recomendar remédios
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BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que nenhum político, nem mesmo o presidente da República, tem a atribuição de recomendar o uso de medicações e considerou “grave” a recente defesa do presidente Jair Bolsonaro do uso da hidroxicloroquina, medicamento contra malária que não tem comprovação de eficácia contra a Covid-19.
Bolsonaro anunciou na terça-feira estar contaminado com o novo vírus e fez questão de declarar que já havia começado a tomar o remédio antes mesmo da divulgação do resultado do exame a que se submeteu.
“Eu não acho que o presidente, nem eu, nem ninguém, deve ficar aqui tratando de qual remédio orientar a sociedade a tomar”, disse Maia em entrevista à CNN Brasil.
“Isso é questão da área médica. E é até grave que o presidente trate desse assunto”, afirmou o deputado.
Na terça-feira, Bolsonaro chegou a publicar vídeo nas redes sociais tomando comprimido de hidroxicloroquina.
Maia acrescentou considerar o tema “muito delicado”, sobre uma doença nova, um vírus novo, e que traz mudanças e adaptações frequentes dos protocolos. Para ele, que informou a morte da tia de sua esposa durante a entrevista por Covid-19 nesta quarta-feira, o assunto é atribuição da área médica.
O presidente da Câmara aproveitou ainda para rechaçar agressões a Bolsonaro por conta de sua situação de saúde e disse estar torcendo por sua recuperação.
“Da mesma forma que critico quando sou agredido, ou quando o Supremo é agredido, também acho errado quando o presidente da República é agredido”, disse, sem se referir a uma situação específica.
Reportagem de Maria Carolina Marcello