Câncer de mama: mitos e verdades sobre a doença que atinge cerca de 2 milhões de mulheres todos os anos
Apesar de popular, a doença ainda levanta diversas dúvidas entre a população
Brasil, outubro de 2020 – Uma projeção feita pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que, apenas no Brasil, sejam diagnosticados cerca de 66 mil novos casos em um ano, podendo chegar à 2 milhões em escalas mundiais. Apesar de acometer milhares de mulheres todos os anos, ainda existem muitos questionamentos sobre a doença tão recorrente. No mês de prevenção do câncer de mama, os médicos do Centro de Doenças da Mama de Curitiba (CDM) esclarecem algumas questões importantes sobre o tema.
De acordo com o dr. Cleverton Spautz, apesar de ser um dos tipos de câncer que mais atinge as mulheres, existe grande chance de cura quando diagnosticado cedo. Para que isso aconteça, a informação é essencial para que as pacientes não acreditem em mitos que podem inclusive atrapalhar o processo de mapeamento da doença e o tratamento correto.
Para que não restem dúvidas, o CDM Curitiba esclarece algumas questões recorrentes:
1 – Só quem tem histórico familiar deve se preocupar?
Mito. 90% dos casos de câncer de mama não são causados por mutação genética hereditária. Apesar dos casos na família serem um fator agravante, todas as mulheres na faixa dos 40 anos precisam fazer o acompanhamento anual, explica a Dr. Eduardo Schunemann, ginecologista e mastologista do centro.
2- Amamentar previne o desenvolvimento do câncer de mama?
Verdade. Apesar de não extinguir a possibilidade, a amamentação é, de fato, um tipo de prevenção, principalmente para mulheres que tiveram filhos antes dos 25 anos. De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer, pesquisas apontam que quanto maior o período de amamentação, maior a proteção de diversas doenças tanto para a mãe quanto para o bebê.
3 – Atividades físicas contribuem na prevenção?
Verdade. A prática de atividade físicas está associada à prevenção de diversas doenças, inclusive alguns tipos de câncer. Isso acontece porque o exercício promove o equilíbrio de hormônios e fortalece as defesas do corpo, explica o Dr. Leonardo Paese, ginecologista e mastologista.
5- Obesidade deixa a pessoa mais suscetível à doença?
Verdade. A Dra. Flávia Kuroda explica que o excesso de peso pode sim ser associado a alguns tipos de câncer, inclusive ao mamário em mulheres na pós-menopausa. Essa relação tem a ver com os processos inflamatórios causados pelo excesso de gordura, o que causa o aumento da produção de alguns hormônios. A médica salienta que é importante fazer esse controle ao longo da vida, não apenas na idade de risco.
6- Se não detectar nenhuma alteração no autoexame, não é necessário fazer o rastreamento e a mamografia?
Mito. Apesar da importância do autoexame para o conhecimento do corpo, ele não exclui os testes e exames clínicos. É importante fazer o acompanhamento anual com um ginecologista e realizar os exames de rotina, mesmo se não forem detectadas alterações no autoexame.
“Esse acompanhamento é indispensável para detectar o câncer ainda em estágio inicial, o que está diretamente ligado às chances de recuperação da paciente”, reforça o dr. Cleverton Spautz.
7- A prótese mamária (silicone) interfere no diagnóstico do câncer de mama?
Mito. Essa é uma dúvida comum, mas o dr. Cícero Urban esclarece que as próteses de mama de hoje em dia interferem menos nos exames. Isso porque tanto as próteses quanto os exames estão melhores. “Antes existia sim uma preocupação de que a prótese interferisse no diagnóstico ou encobrisse, mas se o acompanhamento corretamente, é pouco provável que isso aconteça”, explica o dr.
Ele salienta que é essencial que quem tem prótese realize exames para acompanhar a integridade do implante, além de realizar ultrassonografia todo ano e ressonância magnética a cada 3 anos. Também é possível fazer a mamografia mesmo com a prótese, então é essencial que as mulheres com xx anos ou mais realizem o exame periodicamente.
8- O silicone pode ser um dos causadores do câncer de mama?
Depende. A relação entre o câncer de mama é estudada há anos, mas ainda não existe um consenso sobre o assunto que comprove que a prótese mamária aumenta os riscos de ocorrência da doença.
Porém, existe sim um tipo de câncer raro associado à prótese. O Linfoma de Grandes Células Anaplásico associado a implantes mamário é um tipo incomum de câncer, com taxas muito baixas de desenvolvimento.
CENTRO DE DOENÇAS DA MAMA (CDM)
O Centro de Doenças da Mama (CDM) é mais do que uma clínica de mastologia. É um “cancer center” que oferece tratamento multidisciplinar durante todas as etapas do tratamento. Diagnóstico, tratamento e reabilitação são trabalhados de forma integrada para proporcionar às pacientes os melhores resultados.
Fonte: www.estiloeditorial.com.br