Giselli Bianchini tem razão no discurso que fez na tribuna da Câmara

Giselli Bianchini tem razão no discurso que fez na tribuna da Câmara

É claro que essa manchete não passa de pura ironia

Durante a sessão da Câmara Municipal, a vereadora Giselli Bianchini voltou a defender publicamente o golpe militar de 1964. Da tribuna, afirmou que “os generais fizeram um ótimo trabalho naquele período”, exaltando uma ruptura institucional amplamente reconhecida pela história como antidemocrática.

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A declaração não é um episódio isolado. A parlamentar já participou de atos em frente ao Tiro de Guerra, onde manifestou apoio a uma intervenção militar com Jair Bolsonaro no poder, reivindicação inconstitucional que, em outras cidades, levou diversos participantes a responderem a investigações e questionamentos judiciais.

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Ao reiterar elogios ao golpe de 1964 dentro do Legislativo, Giselli reforça um discurso hoje alimentado principalmente por grupos extremistas e revisionistas, que tentam reescrever um período marcado por censura, perseguição política, tortura e supressão de direitos civis.

A fala também suscita um questionamento inevitável: quando a vereadora afirma que os generais fizeram “um ótimo trabalho”, estaria se referindo ao fato de que, à época, os militares conseguiram derrubar um presidente democraticamente eleito, algo que não aconteceu nas tentativas golpistas de 2022?

‘Tenha a santa paciência’

O regime instaurado em 1964 durou 21 anos e resultou em graves violações de direitos humanos, fechamento do Congresso, censura à imprensa, cassações, prisões políticas, mortes e desaparecimentos forçados. Embora amplamente condenado, ainda encontra defensores na política local.

Diante dessa postura pública, surge outro ponto relevante: ao elogiar um episódio historicamente associado à violência estatal e à derrubada de um governo legítimo, a vereadora não estaria incorrendo em possível quebra de decoro parlamentar?

Além disso, causa estranhamento que uma advogada, que afirma conhecer a legislação, não reconheça que defender intervenção militar, especialmente com um ex-presidente à frente, representa afronta direta ao Estado Democrático de Direito.

Redação O Diário de Maringá

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