Réveillon sob risco: contrato questionado expõe desgaste da gestão Edson Palotta em Santa Fé
A contratação do show de Réveillon de 2025 em Santa Fé, no valor de R$ 142,5 mil, deixou de ser apenas um tema administrativo e passou a representar um problema político para a gestão Edson Palotta. A autuação de Representação pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) coloca sob escrutínio uma decisão que agora ameaça transformar a festa de fim de ano em um foco de desgaste público.
O processo questiona a contratação direta, por inexigibilidade de licitação, não apenas pelo valor elevado, mas pelas fragilidades apontadas na instrução, na justificativa de preço e na própria definição do objeto. O contrato reuniu, em um único pacote, apresentação artística e estrutura técnica, palco, som, iluminação, painel de LED e gerador, sem detalhamento suficiente para demonstrar a compatibilidade do preço com o mercado.
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A situação se agrava com a comparação objetiva trazida aos autos: a mesma empresa contratada realizou shows semelhantes em outros municípios por valores muito inferiores. Além disso, o próprio parecer jurídico municipal registrou ressalvas relevantes, alertando para problemas na comprovação de exclusividade e para a necessidade de justificar melhor o preço. Ainda assim, o contrato foi firmado.
Ao analisar o caso de forma preventiva, o TCE-PR sinaliza que não pretende apenas julgar depois, quando o dinheiro já tiver sido pago. O Tribunal busca evitar o chamado “fato consumado”, típico de eventos pontuais, em que a realização do show torna praticamente irreversível qualquer prejuízo ao erário.
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Esse cenário coloca a administração Edson Palotta em uma posição delicada. Se o Tribunal entender que há risco concreto de dano aos cofres públicos, a adoção de medida cautelar pode impedir a execução do contrato, o que colocaria em dúvida a própria realização do Réveillon nos moldes anunciados. Politicamente, o impacto é direto: ou o evento é suspenso, frustrando a população, ou segue adiante sob a sombra de suspeitas e questionamentos.
Mais do que a possibilidade de não haver show, o episódio expõe um problema maior: a percepção de que faltou prudência na gestão dos recursos públicos. Em tempos de cobrança crescente por transparência e responsabilidade fiscal, gastar muito, explicar mal e ignorar alertas técnicos tem custo alto, não apenas financeiro, mas político.
O Tribunal de Contas ainda não julgou o mérito da Representação. Até lá, o Réveillon de Santa Fé permanece em compasso de espera, e a administração Edson Palotta terá de explicar não só como pretende celebrar a virada do ano, mas como justificará, diante da sociedade, uma contratação que agora ameaça virar símbolo de suposta má gestão.



