“Cacete e cadeia”, diz Requião ao comentar suspeita de caixa dois envolvendo Sanepar, Ratinho Junior e Guto Silva

“Cacete e cadeia”, diz Requião ao comentar suspeita de caixa dois envolvendo Sanepar, Ratinho Junior e Guto Silva

Áudios atribuídos a Rafael Malaguido, funcionário da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), revelados em reportagem publicada por O Diário de Maringá, levantam suspeitas sobre a existência de um possível esquema de caixa dois envolvendo estatais paranaenses para cobrir um passivo financeiro estimado em cerca de R$ 4 milhões, supostamente relacionado à campanha do governador Ratinho Junior.

Nos diálogos, Malaguido menciona a existência de uma dívida vinculada à campanha eleitoral e afirma que estaria tratando do assunto com Jaime, identificado como chefe de gabinete do secretário estadual das Cidades, Guto Silva, um dos principais articuladores políticos do atual governo estadual.

De acordo com o conteúdo dos áudios, Malaguido relata que ele e o chefe de gabinete estariam buscando recursos para cobrir esse passivo por meio de contribuições forçadas de servidores comissionados. As falas indicam que funcionários da Sanepar, da Copel e da Cohapar teriam sido pressionados a realizar repasses que variariam entre R$ 10 mil e R$ 25 mil, sob risco de retaliações administrativas, exoneração ou perda de cargos de confiança.

O material sugere ainda que a estrutura administrativa do Estado estaria sendo utilizada como um mecanismo informal de arrecadação, com o uso da hierarquia funcional para constranger servidores e viabilizar o pagamento de despesas eleitorais. Caso confirmados, os fatos podem caracterizar caixa dois eleitoral, além de abuso de poder político e econômico.

A repercussão do caso ganhou maior alcance após o ex-governador e ex-senador Roberto Requião repostar a reportagem de O Diário de Maringá em sua conta na rede social X (antigo Twitter). Na publicação, Requião afirmou estar recebendo relatos sobre um possível esquema de desvio de recursos na estatal.

“Estou ouvindo falar de um possível roubo sistemático na Sanepar para pagar campanha eleitoral. Na minha opinião, roubo de dinheiro público tem que ser tratado com polícia, cacete e cadeia. Concorda?”, escreveu o ex-governador, em postagem acompanhada de uma enquete.

Apesar do tom contundente, Requião deixa claro que suas declarações se baseiam em informações que afirma estar recebendo, o que reforça a necessidade de apuração rigorosa e investigação formal por parte dos órgãos de controle, como o Ministério Público, Tribunal de Contas e Justiça Eleitoral.

Até o momento, os fatos permanecem no campo das suspeitas, fundamentadas em áudios cuja autenticidade e contexto ainda precisam ser oficialmente verificados. Procurados, os citados têm direito ao contraditório e à ampla defesa. O espaço permanece aberto para manifestações das partes envolvidas.

Redação O Diário de Maringá

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