Saúde mental de estudantes preocupa município mineiro
Para ajudar professores e estudantes a enfrentar a ansiedade, as incertezas, o medo e a falta de motivação causados pela pandemia da Covid-19, a rede municipal de Educação de Além Paraíba, no interior de Minas Gerais, disponibiliza psicólogas para o acompanhamento da saúde emocional da comunidade escolar.
A psicóloga Luciana de Vito, que atende os estudantes pelo projeto, conta que utiliza ferramentas como o WhatsApp para atender os estudantes. “Os atendimentos são feitos por chamadas de vídeo no aplicativo, semanalmente, com duração aproximada de 40 minutos. Além da escuta e das orientações às crianças, adolescentes e responsáveis, também são utilizadas técnicas lúdicas, com desenhos, brinquedos, massinha de modelar e músicas”, destaca.
Ela ressalta que o atendimento se tornou fundamental, já que boa parte dos alunos apresentou mudanças de comportamento, relatou medo de ficar sem os pais ou responsáveis, ansiedade e até insônia. Fatores que se somavam à saudade da escola e do contato com os colegas e professores. O mesmo cenário foi visto em escolas de todo o Brasil. Para Josimeire de Lima Sobreira, assessora do Sistema de Ensino Aprende Brasil, que atende o município de Além Paraíba e mais de 200 outros municípios de várias regiões do país, a escola precisa se envolver na busca por uma solução. “Quando existe um acompanhamento emocional desde a Educação Infantil, a probabilidade de detectar e tratar os problemas de saúde emocional é muito maior. Ansiedade, estresse, depressão e agressividade são sintomas que muitas vezes são detectados pelos professores e precisam ser investigados pela escola”, aponta.
O acompanhamento emocional tem gerado resultados em Além Paraíba. “Um garoto de oito anos, com queixa inicial de choro fácil, medo e ansiedade está em atendimento há cinco meses. Hoje é super participativo. Ele apresentou muita melhora, relatada por ele mesmo e por sua mãe. Um outro estudante, de 5 anos, perdeu a mãe para a Covid e está sob os cuidados de um tio paterno e sua esposa. Ele esteve bem deprimido e, atualmente, quatro meses depois do início do acompanhamento, segue em luto, mas bem melhor, já adaptado à nova família e realidade”, exemplifica a psicóloga.
Da mesma forma que os alunos, professores também recebem o suporte emocional para enfrentar a situação atípica. “Percebi muito neles uma necessidade de ter que dar conta de algo que nem eles conhecem muito bem. A rotina mudou para todo mundo nessa pandemia… para a família, para escola, para os profissionais. As cobranças aumentaram imensamente e a necessidade de se reinventar foi primordial”, diz Monica Aparecida Ribeiro Lara, psicóloga responsável por atender os professores do município.
“Mais até do que outros profissionais, os professores tiveram que lidar, além dos seus medos pessoais, com situações de grande estresse, como as novas formas de dar aula, a abordagem com as crianças com dificuldade de aprendizagem, as famílias que não estavam conseguindo se organizar. Tudo isso é muito desgastante”, explica. A psicóloga então passou a frear a ansiedade dos docentes. “É impossível que a gente dê conta de tudo, principalmente em uma situação tão nova e tão assustadora para todo mundo. O que se faz necessário é que nós nos reinventemos e façamos o nosso trabalho da melhor forma possível”, finaliza.
Sobre o Aprende Brasil
O Sistema de Ensino Aprende Brasil oferece às redes municipais de Educação uma série de recursos, entre eles: avaliações, sistema de monitoramento, ambiente virtual de aprendizagem, assessoria pedagógica e formação continuada aos professores, além de material didático integrado e diferenciado, que contribuem para potencializar o aprendizado dos alunos da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental. Atualmente, o Aprende Brasil atende 275 mil alunos em mais de 200 municípios brasileiros. Saiba mais em http://sistemaaprendebrasil.com.br/.