Importações de milho da Argentina pelo Brasil devem ser as maiores em 15 anos
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – As importações de milho argentino realizadas pelo Brasil deverão atingir em 2016 os maiores volumes em 15 anos, à medida em que os preços no mercado brasileiro dispararam após fortes exportações realizadas pelo país nos últimos meses.
Informações no mercado dão conta de negócios de importações, já realizados, de centenas de milhares de toneladas, visando atender a uma escassez enquanto agricultores brasileiro evitam vender o produto da safra nova, apostando em preços mais altos.
Na segunda-feira, a avícola GTFoods, do Paraná, anunciou que importará sozinha 90 mil toneladas de milho da Argentina.
A esse volume se somam negócios reportados na semana passada de cerca de 250 mil toneladas, para entregas até meados de maio.
A última vez que o Brasil importou volumes tão elevados da Argentina foi em 2001, quando o país comprou 321 mil toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura brasileiro.
Os números são pequenos, no entanto, perto do que o Brasil exportou no ano passado, um recorde de mais de 30 milhões de toneladas, enquanto em janeiro e fevereiro as exportações atingiram quase 10 milhões de toneladas.
A forte desvalorização do real no último ano é o principal motivo do grande movimento exportador que reduziu fortemente os estoques locais de milho.
Os volumes de importação também são pequenos se comparados com o consumo mensal do Brasil, em 4,5 milhões de toneladas.