Ester Corrêa:”o poder intuitivo do enfermeiro”
Dizem que as mães têm um sexto sentido, são intuitivas, precavidas e estão sempre pensando além, com o objetivo de acolher e proteger. Especialistas dizem que intuição de mãe é real e pode ser a providência necessária, uma vez que elas tendem a ser mais sensíveis às situações de risco iminente.
Esse comportamento intuitivo deixou de ser exclusivo das mães, e ganhou força no mundo da enfermagem. Não faz muito tempo que a intuição do enfermeiro era algo abstrato, sem demonstrações científicas. Até então, era definida como uma sensação, algo vago e pessoal, que surgia inesperadamente. Agora, considera-se que é possível associar essas sensações ao acolhimento e escuta ativa – teorias da enfermagem bem fundamentadas.
A essência do trabalho da enfermagem é o cuidar. E cuidar é acolher. Um bom acolhimento vai além; é estar totalmente presente na situação onde o paciente faz seu relato, o que o levará a depositar sua confiança no profissional.
Ademais, é uma prática peculiar de cada indivíduo, em que compreende ouvir, olhar, e perceber sentimentos além da presença física. É daí que surge o poder intuitivo do enfermeiro, a capacidade de enxergar além dos olhos.
Por trás de cada rosto, de cada relato, há uma história, um contexto, uma vivência permeada de sensações – inclusive a insegurança da exposição.
O profissional deve perceber, por exemplo, que algo acontece por trás do excesso da procura por atendimento médico. Ou, ainda, que o receio do paciente em revelar informações fundamentais para o tratamento, esconde algo de grande relevância.
Nesse sentido, uma abordagem exclusivamente científica reduz a perspicácia e o sensório lado do profissional, que é tão valioso no cuidado do paciente.
Assim, concluímos que, por mais que a base científica seja indispensável, o enfermeiro não deve negligenciar seu poder intuitivo.
- (*) Ester Corrêa – Coren/280392 – Pós-graduação em em SCIH (serviço de controle em infecção hospitalar) pela Universidade Estadual de Londrina – Experiência em auditoria hospitalar de operadora de Saúde – retrospectiva e in loco.