Ninguém sai ninguém entra na construtora Sanches Tripoloni.
A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União e a Receita Federal, deflagrou hoje a segunda fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Fazendas de Lama, em Campo Grande (MS), São Paulo e Paraná, inclusive Maringá, onde uma equipe da PF encontra-se na Construtora Sanches Tripoloni.
O objetivo dessa nova fase é apurar procedimentos utilizados pelos investigados na aquisição de propriedades rurais com recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas, resultando também em crimes de lavagem de dinheiro.
A organização criminosa especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, atua no ramo de pavimentação de rodovias, construções e prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões.
Cerca de 200 policiais federais, 28 servidores da Controladoria Geral da União e 44 da Receita Federal dão cumprimento a 28 mandados de busca e apreensão e a 15 mandados de prisão temporária, nos municípios de Campo Grande, Rio Negro (MS), Curitiba, Maringá, Presidente Prudente e Tanabi (SP). Também são cumpridos 24 mandados de sequestro de bens de investigados.
Um dos mandados foi cumprido no apartamento do ex-governador André Pucinelli (PMDB).
Durante a primeira fase da operação, cujas investigações iniciaram-se em 2013, foi constatada a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a Administração Pública. A organização atuava mediante a prática de corrupção de servidores públicos e fraudes em licitações, ocasionando desvios de recursos públicos.
Nesta segunda fase, Fazendas de Lama, após a análise dos materiais apreendidos na primeira, por meio de fiscalizações realizadas pela CGU e Relatórios da Receita Federal, verificou-se fortes indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro. Constatou-se que esses crimes inclusive eram decorrentes de desvio de recursos públicos federais e provenientes de corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie.
Os presos serão encaminhados à Superintendência da PF, em Campo Grande, bem como os materiais objetos das buscas e apreensões.
Será concedida entrevista coletiva, às 10h, no auditório da Superintendência Regional da PF em Campo Grande
A Construtora Sanches Tripoloni, a maior doadora do Partido da República até 2011 (o partido controlava o Ministério dos Transportes e o Dnit), é responsável pela BR-359, a reforma da BR-060, MS-422 e a MS-223, que somadas lhe renderam mais de R$ 136 milhões, além do asfalto na MS-112, totalizando R$ 63 milhões. A empreeiteira construiu o Contorno Norte de Maringá na gestão Silvio Barros II (PP).fonte www.maringamanchete.com.br