Turismo sustentável transforma vidas em comunidades tradicionais brasileiras
O turismo sustentável vem crescendo cada vez mais por representar experiências autênticas e profundas para seus viajantes, mas também por beneficiar as economias de comunidades tradicionais locais e ajudar na conservação da biodiversidade. Ou seja, são vivências incríveis para quem viaja, quem recebe e para o planeta.
Um exemplo de empresa que trabalha neste conceito é a Vivalá, que desenvolve o Turismo Sustentável no Brasil. Desde que começou seus programas de turismo sustentável e de base comunitária, em 2017, injetou mais de R$ 1 milhão em comunidades tradicionais por meio da contratação de serviços de base comunitária como hospedagens, refeições, passeios, oficinas de saberes locais, transportes, entre outras atividades. Além disso, da injeção direta de capital feita pela Vivalá, seus viajantes compraram mais de R$ 420 mil em produtos nas feirinhas e negócios locais. Esses valores aquecem a economia local e trazem diversos ganhos para a população que já enxerga mudanças em sua vida.
Horenilde Gomes, apelidada carinhosamente como Nildoca tem uma pousada no Lago Acajatuba (AM) e foi uma das vidas transformadas pelo aumento do turismo sustentável. “Eu e muitos outros empreendedores estamos com o nosso negócio bem divulgado, fomos fortalecidos e muito bem preparados. Acredito num turismo sustentável de base forte, como esse que vem sendo feito pela Vivalá. Eu cresci muito. Por exemplo, já tive melhorias como o aumento da capacidade de hospedagem da minha pousada. A pousada tem gerado renda para a comunidade local aqui da região. O nosso maior orgulho é falar de transformação, o mundo precisa desse fortalecimento sustentável. Agradeço a todos da equipe Vivalá pela troca de amor tão grande pelo Brasil”.
Nildoca também já realizou viagens por meio das melhorias trazidas pelo turismo sustentável. Em 2019, ela foi convidada a participar de um evento focado em turismo. “Fui para o Rio Grande do Sul e pude ficar uns dias e conhecer a cidade. No evento, havia uma área dedicada ao turismo do norte e ao turismo sustentável. Foi lá que eu pude expor as ideias e progressos que ocorriam na região que se desenvolvia no turismo sustentável. Foi também quando a modalidade começou a ganhar popularidade e, com o evento, eu tive a oportunidade de divulgar a pousada e ter um crescimento nos meus negócios”.
Além de melhorias na infraestrutura, renda e possibilidade de uma maior divulgação para seus negócios, outros parceiros da Vivalá como, por exemplo, as filhas do cacique Teka Shanenawa, da aldeia indígena Shanenawá, localizada no Acre, enxergam outros benefícios para suas vidas e comunidades.
Maya Shanenawa (27) cursa enfermagem em Rio Branco (AC) e Maspã Shanenawa (24) realiza um curso técnico também na área da saúde. “O turismo sustentável na aldeia Shanenawa tem trazido muito aprendizado, conhecimento e ajuda financeira para facilitar a saída das pessoas para buscar conhecimento fora da aldeia e posteriormente para que sejam aplicados dentro da aldeia. É uma experiência de grande importância que vem trazendo uma contribuição no fortalecimento sustentável. O turismo vem ajudando nas dificuldades que temos, inclusive está contribuindo na faculdade das minhas duas filhas. Aliás, o turismo tem sido uma porta aberta para vender nossos artesanatos. Nunca na nossa história tínhamos tido essa oportunidade”.
Viajar de forma consciente é uma atividade que traz diversas mudanças e impactos socioambientais. A chegada do turismo sustentável na comunidade de Maguari Flona, Tapajós (PA), influenciou diretamente na natureza da região. “A diferença é que antes do turismo, todo mundo aqui vivia do roçado, gerando um enorme desmatamento na floresta. Agora nós não fazemos mais isso, porque com a renda obtida pelo turismo sustentável não precisamos mais fazer esses grandes roçados, mas sim uma pequena roça para o sustento alimentar da nossa família”, conta Aderlan de Sousa, morador da região e responsável, junto com o pai, da Pousada Abílio e Família.
Expansão nas áreas de atuação
Atualmente, a Vivalá atua em unidades de conservação (UCs) de oito estados brasileiros e, até o final de 2023, pretende mais do que dobrar sua área de atuação no Brasil. O negócio social age diretamente nas comunidades tradicionais indígenas, ribeirinhas, quilombolas, caiçaras e sertanejas. A chegada da Vivalá nessas áreas realmente muda a realidade de muitos moradores, que conseguem abrir seus novos empreendimentos, ter mentorias especializadas de maneira contínua e gratuita, e atrair viajantes de toda parte do país e do mundo, que também são profundamente impactados em experiências profundas e que mudam suas percepções do Brasil..
“A gente só pode preservar aquilo que conhecemos e que valorizamos. O impacto positivo do turismo sustentável da Vivalá vai muito além do dinheiro injetado em comunidades tradicionais. Temos que considerar, também, a conscientização ambiental, o apoio aos órgãos de controle como o ICMBio, a quebra de preconceitos e estereótipos, a preservação e valorização de culturas ancestrais e o aumento da autoestima de pessoas que passam a enxergar o valor que têm, a partir dos seus conhecimentos e modo de vida”, cita Daniel Cabrera, cofundador e diretor executivo da Vivalá.