Crise hídrica exige soluções eficientes para reduzir desigualdades sociais
A segurança no acesso à água doce já se tornou um problema mundial. Os impactos do aumento da demanda por água doce serão sentidos com mais força nos meios de produção agrícola, nos ecossistemas naturais e nos padrões de vida e subsistência da população carente até 2030.
“Infelizmente ainda temos em nosso planeta muitas pessoas sem acesso à água potável, situação que dificultou o controle da pandemia da Covid-19. A contaminação dos mananciais está diretamente relacionada ao aumento nos custos do tratamento de água”, enfatiza Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
Segundo o Instituto Trata Brasil, 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada. São pessoas mais expostas a sérias doenças, como viroses, hepatite A, giardíase, disenteria bacilar, febre tifoide, cólera, diarreia, esquistossomose, verminoses e leptospirose. A diminuição da incidência de doenças transmitidas pela água somente será alcançada com a técnica de cloração. Além disso, o acesso à água potável impacta diretamente nos índices de mortalidade infantil, visto que a diarreia é a terceira principal causa de morte de crianças de até cinco anos no mundo.
“A água é um bem finito. Embora o Brasil detenha entre 12% e 16% da água de todo o planeta Terra, é necessário implantar uma gestão eficiente para combater uma escassez cada vez maior nos próximos anos”, salienta Vininha F. Carvalho.
Segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2021, desenvolvido com o suporte de mais de 20 agências do Sistema ONU que integram o esforço denominado ONU-Água, é necessário reconhecer o valor da água em suas várias dimensões e incorporar tais valores em ações políticas e de investimentos no setor.
“Cerca de 1/3 da população mundial vive em países onde a falta de água vai de moderada a altamente impactante. Mais de um bilhão de pessoas têm problemas de acesso à água potável, o que resulta em centenas de milhões de casos de doenças de veiculação hídrica e mais de cinco milhões de mortes a cada ano”, pontua José Galizia Tundisi, especialista no assunto e autor do livro “Água no século 21”.
“Nos debates em torno dos valores de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), a água surge como um bem fundamental a ser preservado. O descontrole climático que enfrentamos no planeta nos dá a certeza de que cada gota d’água fará diferença para as próximas gerações”, conclui Vininha F. Carvalho.