Decisões do consumidor são impactadas pelo inconsciente coletivo
A participação de Tim Ash no Trakto Show 2022, evento de negócios e marketing do Nordeste, reforça a importância de entender o impacto do inconsciente na tomada de decisões do consumidor. Em sua vinda ao Brasil, o especialista em psicologia evolutiva e marketing digital lançou seu livro “A Mentira da Racionalidade”. Este acontecimento abre espaço para o debate sobre o inconsciente humano e como ele pode impactar na criação de valor e percepção de marca pelos consumidores.
Segundo Tim Ash em sua entrevista para a revista PropMark, a tecnologia está em constante evolução porém o cérebro humano continua o mesmo, então é preciso entender o que todos os cérebros têm em comum, utilizando isso para persuadir e comunicar as informações de forma efetiva.
Conceito de inconsciente coletivo
“A hipótese do inconsciente coletivo é algo tão ousado como a suposição de que existem instintos.” Essa frase é um fragmento do livro “Os arquétipos e o inconsciente coletivo”, escrito por Carl G. Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica. Segundo seus estudos, além da herança biológica, cada indivíduo nasce com uma herança psicológica que parece ser compartilhada por pessoas de todas as épocas e culturas. Este inconsciente coletivo é o centro de todo material psíquico que não surge a partir da experiência, o que difere do inconsciente pessoal que envolve o passado e as memórias experienciadas de cada indivíduo.
Concepção de arquétipos
Seguindo este conceito, os arquétipos são imagens ou padrões de comportamento associados a um personagem e que estão presentes no inconsciente coletivo. Para exemplificar, ao observar um leão pela primeira vez, é possível absorver inconscientemente características e trejeitos que passam força, poder e liderança. É assim que funcionam os arquétipos, símbolos, ações, imagens e valores relacionados inconscientemente.
A ideia de arquétipo existe desde a Antiguidade, sendo introduzida com os pensamentos de Platão. Posteriormente, com os estudos de Jung, ela ganhou sua forma atual e é estudada em diversas áreas como psicologia, filosofia e no marketing, sendo aplicado na construção da identidade visual das marcas. Segundo Marcio Samia, fundador da agência Imediatto Comunicação, “Identificar e explorar um arquétipo é uma forma de humanizar e adicionar valor e personalidade a uma marca, criando uma real conexão com as pessoas, a partir de gatilhos emocionais”.
Os 12 arquétipos de marca
De acordo com Carl Gustav Jung, escritor do livro “Os arquétipos e o inconsciente coletivo”, ao todo são 12 arquétipos, e Marcio Samia reforça que eles podem ser utilizados para potencializar sua estratégia de marketing, já que através deles são usados gatilhos mentais e técnicas de persuasão.
1. O inocente
Este arquétipo representa a pureza e espontaneidade, as marcas que o levam em seu DNA apresentam de forma simples soluções para problemas e dores complexas.
2. O sábio
Representa marcas que estimulam o aprendizado e o compartilhamento de conhecimento por meio do ensino.
3. O rebelde
Com espírito revolucionário, marcas que buscam transmitir este arquétipo visam passar a imagem de inovadoras, modernas e visionárias.
4. O herói
Marcas que desejam passar força e coragem utilizam este arquétipo para motivar e encorajar seus consumidores a se superarem por meio do esforço, dedicação e superação.
5. O explorador
Este arquétipo é o ideal para empresas que prezam pela liberdade e que possuem a ambição de conhecer e explorar o mundo.
6. A pessoa comum
O objetivo deste arquétipo é representar o desejo de pertencimento à sociedade, ele torna sua marca algo comum e factível a realidade das pessoas
7. O mago
Representa marcas que desejam transformar seus consumidores oferecendo criatividade, liberdade, ilusão e mistério.
8. O amante
Arquétipo ideal para provocar e gerar sensações de prazer, beleza, poder e sofisticação. Transmitem a ideia de ousadia e intimidade.
9. O cuidador
Marcas que desejam se posicionar com afetividade, preocupação e zelo. Possuem o objetivo de oferecer uma vida melhor para seus consumidores.
10. O bobo da corte
Este arquétipo visa a diversão e identificação com o público, ele passa a ideia de despreocupação, senso de humor e acessibilidade.
11. O governante
Visa passar liderança, poder e persuasão. As marcas que utilizam este arquétipo desejam representar a sensação de status, poder, glamour e ostentação
12. O criador
É o arquétipo da criatividade, ele visa oferecer diferentes possibilidades a seus consumidores e estimulam a criação de diferentes projetos.
Os arquétipos nas empresas
As agências de comunicação vêm utilizando cada vez mais os arquétipos para posicionar seus clientes no mercado, a Imediatto Comunicação é um exemplo disso. “Por meio dos arquétipos é possível garantir que a identidade visual e a linha editorial estejam alinhadas com os valores e objetivos que uma marca deseja passar, este é o objetivo de uma estratégia de marketing bem-sucedida”, explica Marcio, especialista em marketing e comunicação.