Startups são atrativas para mais de 83% dos estudantes de Administração
De acordo com o portal Startupbase, banco de dados em tempo real da Associação Brasileira de Startups – ABSTARTUPS, existem hoje no País mais de 22 mil empresas pertencentes a esse ecossistema. Essas organizações, que possuem modelos de negócios inovadores e escaláveis, embora sejam conhecidas pela tecnologia aplicada às suas atividades, têm atraído profissionais de todas as áreas do conhecimento, principalmente da Administração.
Um recente levantamento do Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP, realizado com 164 alunos da Administração que possuem a Carteira de Estudante do Conselho, entre os dias 11 e 18 de julho deste ano, mostrou que 83,5% deles querem empreender ou trabalhar em uma startup. Apesar do grande interesse, 53% dos alunos disseram que não se lembram ou não tiveram nenhuma disciplina relacionada a startups em sua grade curricular na faculdade.
Os números evidenciam um importante movimento observado na área da Administração, conforme indica o presidente do CRA-SP, Adm. Alberto Whitaker. “Os estudantes de hoje têm aspirações muito diferentes dos alunos de alguns anos atrás. Prova disso, inclusive, é que recentemente o Conselho Nacional de Educação – CNE aprovou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de Administração, que preveem, dentre outras coisas, mudanças significativas na forma como os estudantes serão impactados por conteúdos e, também, avaliados em seus resultados”, explica.
Whitaker lembra, ainda, que diante de tantas mudanças tecnológicas, sociais e econômicas dos últimos anos, é praticamente impossível que os estudantes da Administração não queiram inovar com esse novo modelo de negócio. “Questões como metaverso, melhor experiência do cliente, propósito social, ESG, entre tantas outras, têm impactado de forma profunda os nossos alunos. Eles querem e devem fazer parte dessa mudança e o ecossistema de startups, que possui uma rapidez enorme em seus processos, faz total sentido”, opina.
Desafios e áreas de atuação
As startups, que despontavam como modelos de negócios em plena ascensão, sofreram um enorme impacto com a pandemia. Diante da crise mundial provocada pela Covid-19, muitos investidores tiveram que rever seus aportes e diminuir os valores investidos, especialmente naquelas empresas que ainda não reportavam lucro, o que levou inúmeras startups a demitirem colaboradores, muitos deles recém-contratados, em um movimento conhecido nas redes sociais como layoff. Esse ambiente não tão seguro, inclusive, foi um dos principais motivos apontados pela parcela de estudantes que respondeu, no levantamento realizado pelo Conselho, não ter interesse na área.
Já com relação ao setor de atuação, a pesquisa do CRA-SP mostrou que 29,2% dos estudantes de Administração têm interesse nas fintechs, ou seja, nas startups da área financeira, que ainda concentra grandes oportunidades de negócios. Prova disso é o resultado da pesquisa do Instituto Locomotiva, realizada no início do ano passado, que mostrou que o Brasil ainda reunia 16,3 milhões de pessoas desbancarizadas, ou seja, sem conta em banco; e outras 17,7 milhões sub-bancarizadas, ou seja, que utilizavam pouco ou não tinham acesso aos produtos e serviços disponíveis no mercado.
Série Especial Startups
Para abordar o ecossistema das startups em sua totalidade e orientar estudantes e profissionais da Administração sobre o tema, o portal da Revista ADM PRO, editada pelo CRA-SP, produziu recentemente uma série composta por cinco matérias que abordaram os conceitos básicos de uma startup, os tipos de investimento para cada fase da empresa, a parceria com as grandes organizações por meio da inovação aberta, os diferenciais das startups unicórnios, além do empreendedorismo no setor.