Paraná tem sistema pioneiro para controle de infecção hospitalar.
O Governo do Estado lançou nesta sexta-feira (7), em Curitiba, a segunda versão do Sistema Online de Notificação de Infecções Hospitalares (Sonih). Pioneiro no país, o sistema desenvolvido pela Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) possibilita a obtenção de dados das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) em tempo real. A nova versão permitirá identificar as infecções pelo perfil de resistência das bactérias aos antibióticos em cada hospital do Paraná.
Atualmente, 360 hospitais notificam mensalmente no Sonih e as informações do sistema são públicas, com boletins semestrais. Os dados colocam o Paraná como um dos estados que mais notifica o indicador nacional de IRAS da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Este sistema possibilita o conhecimento do perfil das infecções nos serviços de saúde, inclusive a resistência microbiana, que é uma grande preocupação mundial. Ao notificar uma infecção, pode-se adotar medidas de controle em cada estabelecimento e prevenir que novos surtos aconteçam”, destacou o diretor geral da Secretaria de Saúde, Sezifredo Paz.
O sistema oferece aos profissionais de saúde a taxa dos principais indicadores de infecção hospitalar. No último ano, entre as infecções associadas a procedimentos invasivos (tais como sondas e cateteres), a pneumonia foi a de maior incidência em UTI Geral Adulto, com 21,1 infecções para cada 1000 dias de Ventilação Mecânica. O coordenador do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Santana, enfatiza a facilidade de envio de dados oferecida aos usuários.
“O sistema é muito simples. Os hospitais cadastram informações, como número de pacientes, leitos e afins, e depois nos enviam os dados dos pacientes que sofreram infecções. O sistema calcula automaticamente a taxa relacionada aos indicadores. Assim conseguimos gerenciar as infecções e ajudar a propor soluções para que as taxas diminuam cada vez mais”, afirmou Santana.
INTEGRAÇÃO – O Sonih abrange os 399 municípios do Paraná e os dados gerados pelo sistema referem-se aos hospitais públicos e privados de todo o Estado.
Para a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), esta integração tende a gerar bons frutos.
“A plataforma vai agrupar os dados de todos os hospitais e isso ajudará a ter um parâmetro da própria instituição e dela em relação ao Estado do Paraná. Assim, os serviços de controle de infecção hospitalar podem trabalhar na hora em que acontecer algum problema. Além disso, podemos compartilhar as boas ideias com os demais serviços”, enfatizou o presidente da Femipa, Flaviano Feu Ventorim.
Outro aspecto a ser destacado é o fato de o sistema servir como alerta para que os hospitais mantenham o rigor com os cuidados básicos que evitam as infecções.
“A prevenção das infecções hospitalares depende de algumas medidas básicas, como a higiene das mãos, do cuidado com dispositivos invasivos, na sua manutenção, no cuidado com o curativo, na higiene. São práticas da rotina, especialmente da enfermagem, que ajudam a não gerar infecção nos pacientes”, esclareceu a presidente da Associação Paranaense de Controle de Infecção Hospitalar, Viviane Dias.
PREVENÇÃO – Infecções hospitalares podem ocorrer em qualquer serviço de saúde. Muitas vezes seu surgimento está relacionado às condições de higiene no local. Para diminuir o risco de infecções, medidas simples devem ser adotadas por profissionais de saúde, pacientes e visitantes.
Veja algumas dicas para auxiliar no controle de infecção hospitalar:
• Higiene das mãos ANTES e APÓS o contato com o paciente.
• Higiene das mãos APÓS o contato com áreas próximas ao paciente.
• Utilizar álcool gel.
• Evitar sentar no leito do paciente ou camas vagas ao lado.
• Utilizar o jaleco/avental somente nos ambientes hospitalares.
• Manter cabelos presos e unhas curtas.
• Profissionais devem retirar brincos, pulseiras anéis, relógios e correntes durante o manejo com o paciente.
• Evitar levar flores e alimentos aos pacientes.
• Se possível, não levar crianças nas visitas ao hospital.
• Pergunte se o hospital tem comissão de controle de infecção hospitalar.