Condenados de Maringá poderão experimentar novo modelo de recuperação .
Maringá formalizou, sexta (19), a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) logo após o entusiasmado testemunho da juíza da Vara de Execuções Penais de Barracão, Branca Bernardi. São oito pessoas que auxiliarão as autoridades judiciais a implantar este modelo mais humanizado de recuperação e ressocialização dos apenados. Exemplos bem-sucedidos como, por exemplo, de Barracão, servirão de base ao trabalho.
Essa apresentação ocorreu durante uma audiência pública realizada no Plenário da Câmara Municipal com a presença do desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, Mário Nini Azzolini; do diretor do Fórum, José Cândido Sobrinho; da promotora Valéria Seyer; do juiz da VEP, Alexandre Kozechen; de Helena Maria Ramos dos Santos, do Conselho da Comunidade de Execução Penal; representantes da OAB, Unifamma, PUC, UEM, Conselho Municipal de Segurança, Acim, Polícia Militar e Civil. Entre as autoridades políticas da cidade estavam o prefeito Ulisses Maia (PDT) e os vereadores Mário Hossokawa (presidente do Legislativo), Sidnei Telles, Alex Chaves, Rogério do Darmo e Carlos Mariucci, este último autor da iniciativa.
Segundo Branca, a APAC só aceita quem, realmente, quer mudar de vida por meio do aprendizado, trabalho e disciplina. “Trabalhamos com a inteligência emocional que mata o bandido e salva o homem dentro de cada nesta experiência. Em cinco anos, 139 presos de Barracão passaram do regime semi-aberto para o regime aberto e 137 não voltaram a cometer crimes. O modelo já provou que o índice de ressocialização de ex-condenados chega a 95%, custando um quarto do que é aplicado, hoje, no sistema penitenciário convencional”, argumentou.
A juíza disse que conheceu esse modelo em Itaúna (MG). Porém, ele surgiu na década de 70, no Estado de São Paulo. Atualmente, a APAC está em implantação em seis cidades no Rio Grande do Sul, seis em Santa Catarina e quase 50 no Paraná. Para Branca, a adesão da sociedade a esse modelo valoriza o trabalho de todos os envolvidos e contribui para a recuperação de um cidadão e cidadã. Sua crença e dedicação à APAC é tamanha que o Tribunal de Justiça do Paraná a indicou como coordenadora das APACs no Estado e suas palestras são solicitadas em várias cidades do Brasil.