Nota sobre as ameaças de despejo aos camponeses acampados e assentados no estado do Paraná
Hoje peço orações aos moradores e trabalhadores que estão em áreas de acampamentos e assentamentos rurais no Paraná. Temo pelo clima de medo que tem se instalado frente às ameaças de despejo, sendo que essas famílias não têm outro lugar para viver com dignidade.
Informações que estamos recebendo dão conta de que há cerca de 20 áreas que a Polícia Militar teria autorização do Governador do Paraná para executar o despejo a partir do dia dois de setembro.
Em todos esses casos em que a Igreja acompanha, trata-se de terras improdutivas, ou terras públicas ou então de grandes devedores de impostos da União.
Defendemos a imediata regularização dessas áreas e não o despejo das famílias. Oito mil famílias, que hoje moram em 74 áreas de acampamentos e pré-assentamentos, estão sendo ameaçadas. Crianças em pânico, famílias sem esperança.
Ao Governador do Paraná, Ratinho Júnior, clamo para que tenha misericórdia e um olhar fraterno para com essas famílias e buque resolver a questão agrária no Paraná sem violência.
Este assunto não pode ser discutido com preconceitos ideológicos ou partidários. É, sobretudo, uma pauta da vida humana.
Recordo aqui o triste episódio que aconteceu em Pinhão, em 2017, em que até mesmo uma igreja foi destruída
Vamos nos colocar no lugar dessas famílias e imaginar o que elas estão sofrendo. Não queremos que isso se repita.
Peço a oração do Povo de Deus e misericórdia dos governantes e do poder Judiciário.
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá