O PULO DO GATO da esquerda
A chamada e reconhecida esquerda radical, sobretudo ao governo Bolsonaro, não quer fazer oposição, por ideologia ao recém-eleito Presidente. Embora faça.
O grande objetivo, nesse momento do jogo político é viabilizar um nome, Haddad, como alternativa sólida em 2022, com base no “não deu carto uma guinada a direita, voltemos ao que já se provou ser melhor”.
Essa é a ideia. Essa é a meta e o objetivo.
Inviabilizar a gestão Bolsonaro, só faz parte do grande projeto de resgate da imagem do PT.
A imagem trabalhada onde o povo não passava fome, entrava nas faculdades, andava de avião, a Amazônia não incendiava…
Esquecem de roubos e corrupções, deliberadamente por conveniência. Esquecem que deixaram a fila do desemprego com mais de 13 milhões de brasileiros, um “fiés” endividado por completo, uma educação arrebentada, saúde sucateada, obras de infraestrutura abandonadas, sem se falar no altíssimo índice de criminalidade.
Mas esse “esquecimento” não é acaso; é estratégico.
A manutenção de Lula na prisão fortalece a imagem de perseguição, endeusamento, injustiça… as gravações bandidas chamadas de “vaza jato”, apenas tentam dar sustentação a teoria da conspiração contra Lula, leia-se PT.
Começaram agora, com o discurso de Glayce, que a lava jato impediu Lula de participar da eleição, e derrotou Haddad.
Lula é um herói preso e a tentativa de fazer Haddad um herói solto, soa ridículo e deboche para com a sociedade.
Ocupar o espaço de oposição única a Bolsonaro com Haddad, antes que Ciro Gomes consolide esse papel, ou outro oportunista de plantão, como começa a demonstrar ser, Dória em SP, Witzel no RJ, entre tantos outros menos cotados.
Para tudo dar certo, é fundamental que Bolsonaro fracasse. Todos os dias. Mas não caia.
O PT assim como a esquerda ainda não tem, penso de modo pessoal que não terá no curto ou médio prazo, respaldo suficiente para ter chances de vencer. Agora.
Mas poderá ter, sim, caso ao final do mandato, Bolsonaro concretize a imagem de rotundo fracasso. Caso contrário, em um cenário de aprovação ou sucesso de sua gestão, torna-se praticamente impossível uma reversão em 2022 que possa viabilizar uma candidatura de oposição. Ainda que de direita como é o caso de Dória.