Requião Filho desaprova pauta livre em sessões virtuais da ALEP
Deputados haviam entrado em consenso sobre votações de projetos referentes ao COVID-19, mas presidente da Casa mudou de ideia.
Há cerca de quinze dias, com o início da quarentena decorrente da pandemia de Coronavírus, os Deputados Estaduais do Paraná optaram pela segurança da Assembleia Legislativa com a adoção de sessões e votações por um sistema virtual. Desta forma, todos os parlamentares poderiam seguir trabalhando seguros em suas residências, desde que o foco das votações fosse exclusivamente em matérias referentes ao COVID-19. Mas esta regra foi quebrada nesta segunda-feira e outros projetos referentes a assuntos diversos devem continuar sendo pautados para as sessões plenárias online, sem a necessidade de análise aprofundada de comissões temáticas.
A situação causou a revolta de muitos deputados. Requião Filho (MDB) foi um deles que criticou a postura da presidência da Casa de Leis paranaense. Para ele, há outras intenções políticas que podem estar escondidas por trás desta atitude.
“Não foi o que combinamos. Todos sabem da dificuldade de acesso de muitos deputados e, não será possível analisar com cautela projetos mais complexos. Especialmente aqueles mais polêmicos, que exigem maior debate entre os deputados e comissões. É um absurdo entrar na pauta qualquer outro projeto, sem que haja discussão de verdade, uma vez que a plataforma utilizada permite a censura deliberada da voz do deputado que não estiver de acordo com algo que estiver sendo aprovado”, denunciou.
Para Requião Filho, a Assembleia não age de forma técnica.
“O debate fica diminuído. A Presidência da Casa já há muito tempo demonstra que toma suas decisões de forma política e não técnica. E agora aproveita a crise do COVID-19 para voltar à Comissão geral, onde não há debate dos projetos”, afirmou.
O Deputado lembrou ainda a recente participação do Secretário Chefe da Casa Civil, Guto Silva, onde várias perguntas realizadas pelos deputados sequer foram lidas.
“Estão censurando nossa voz, ao menos duas de minhas perguntas não foram sequer lidas naquele dia, porque certamente não saberiam respondê-las. É dever desta casa respeitar todos os seus parlamentares! Cada um de nós representa uma gama deste Estado que merece e foi eleita para ser ouvida neste parlamento”.