Especialista reforça gestantes precisam de uma atenção redobrada durante o período da pandemia causada pelo novo coronavírus
Mesmo sem evidências de que a mãe possa transmitir o vírus para o bebê, os cuidados devem ser reforçados para evitar complicações durante a gravidez. O alerta é da enfermeira da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, Glaucia Osis Gonçalves, durante conversa no programa Assembleia Entrevista, da TV Assembleia.
Segundo ela, mesmo com a pandemia, que evita que as pessoas saíam normalmente às ruas, a gestante não deve descuidar da gravidez. Ela também lembra que, em caso de sintomas, a mulher deve procurar o médico. “A gestante não deve esperar os sintomas piorarem. As pessoas têm temor de buscar ajuda. Não demore. Também é preciso continuar a fazer o pré-natal, monitorar dados vitais, fazer os exames periódicos”, diz.
Ela explica que mulheres grávidas estão entre os grupos mais vulneráveis durante a pandemia. “A gestação precisa ser considerada em uma situação especial em qualquer momento. É a próxima geração que está na gestante. O Brasil estabeleceu que gestantes de alto risco estão entre os grupos mais vulneráveis.” Glaucia lembra que durante a gestação, a hipertensão é a comorbidade mais comum e que pode apresentar maior gravidade por causa do coronovírus. Em seguida vem a diabetes e as doenças respiratórias.
A enfermeira diz que os cuidados que precisam ser tomados pela gestante são os mesmos de qualquer pessoa: manter o isolamento social, usar máscara em locais públicos, higienizar as mãos constantemente, evitando aglomerações e ônibus lotados, por exemplo. “A futura mãe tem de ter todos os cuidados para se proteger e proteger o bebê”.
Segundo Glaucia, o Paraná tem uma rede de atenção à gestante organizada, o que facilita o cuidado com as mulheres. “O que percebemos é que a morte materna é um fator importante para identificar a população em geral. Quanto mais desorganizado o sistema de saúde, maior é número de mortes. Um estudo recente mostra que muitas mulheres que morreram não tiveram acesso a uma unidade de tratamento. Apenas 66% tiveram acesso à ventilação mecânica. O fato dessa gestante não ter acesso a respiradores mecânicos, por exemplo, mostra que devemos ter um cuidado ainda maior. Não é um problema necessariamente ligado à gestação. No Paraná, a rede é bem estabelecida. Isso faz que nossos indicadores de mortes caíssem”, revela.
Segundo ela no Estado foram registradas 399 mulheres infectadas com coronavírus. Dessas, em torno de 150 foram hospitalizadas. Até 20 de julho, aconteceram sete óbitos relacionados à síndrome respiratória aguda grave. Desses, três tinham o teste positivo confirmado para Covid-19. “Todas mortes maternas no Brasil são investigadas para identificar se o coronavírus está entre as causas. Neste monitoramento, identificamos mulheres com casos graves e se houve alguma fragilidade na atenção”, explica.
A íntegra do programa com enfermeira da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, Glaucia Osis Gonçalves, pode ser assistida pela TV Assembleia, através da Claro/Net canal 16 e 20.2 em canal aberto e também no canal do Youtube no link: https://bit.ly/3k705Ag.