Saudades da avó inspira criança a aprender a ler e escrever durante a pandemia
Após processo remoto de alfabetização, estudante de cinco anos escreve livro
Com o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, Luiza de Castro dos Santos, de cinco anos, foi afastada da avó materna, com quem mantinha contato diariamente. A distância foi um incentivo a mais no processo de alfabetização da estudante do 1º ano do Ensino Fundamental do Colégio Positivo – Jardim Ambiental, em Curitiba (PR). Com a troca de mensagens por meio de aplicativo, ela diminui a saudade falando com a avó todos os dias e, assim, aprimora a leitura e a escrita.
Após menos de um mês de aulas presenciais, o processo de alfabetização de Luiza aconteceu de forma mais significativa durante a pandemia. “Imaginamos que, com o ensino remoto, ela pudesse perder o interesse, que é de extrema importância, principalmente no processo de alfabetização. Mas ela manteve o foco e o interesse pelas aulas e, desde então, vem se desenvolvendo cada vez mais. Teve um despertar muito grande pela leitura e escrita durante esse período. Acompanha diariamente as aulas síncronas e assíncronas e adora fazer as atividades do livro didático e os questionários”, explica a mãe, Bruna Castro dos Santos. “O desenvolvimento dela foi muito rápido, eu acho até que a aula remota contribuiu nisso porque minha filha é bem reservada e, em casa, parece que ela se sentiu mais segura”, conta.
De acordo com Bruna, a surpresa veio quando ela decidiu escrever seu primeiro livro. Colocou como meta escrever duas páginas por dia e, sozinha, criou a história “As fotos de João e Maria”. Escolhendo os animais que mais gosta, Luiza fez os desenhos que ilustram o livro de 18 páginas e, como queria algo diferente, optou por fazer o livro ao contrário – abrindo da esquerda para a direita. “Ela está muito feliz sabendo ler e escrever, ganhou muito mais autonomia e fala que agora já é uma criança grande, pois sabe ler e escrever”, conta a mãe. Agora, os próximos passos da jovem escritora são fazer cópias do livro e doar para a família e amigos.
Participação da família é fundamental
De acordo com a coordenadora dos Anos Iniciais do CIPP – Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento do Colégio Positivo, Domus Aurea, o maior desafio da alfabetização neste período é o distanciamento, que interfere na interação que ocorre entre os alunos e com os professores. “Os anos iniciais de escolaridade compõem um período em que a interação e as experiências vividas precisam envolver práticas reais do uso da leitura e da escrita e devem ser desenvolvidas de forma lúdica e interativa, pois acionam estruturas complexas e estabelecem esquemas mentais bastante elaborados”, explica.
Para solucionar o problema da distância e enriquecer ainda mais o trabalho desenvolvido, foi criado um programa de alfabetização, chamado “Criança ao Pé da Letra”, que resgata o trabalho presencial do início do ano letivo, respeitando a faixa etária dos alunos e o tempo de aprendizagem de cada um. Para orientar as famílias, foi preparada uma websérie especial com vídeos explicativos que apresentam dicas e orientações específicas sobre cada etapa do processo de alfabetização. Segundo Domus, a família tem um papel fundamental nesse processo, incentivando e mantendo o vínculo afetivo dos pequenos com o mundo letrado. “O período de alfabetização exige calma e a necessidade de estímulos constantes, mas os pais devem levar em conta que cada criança tem seu ritmo de aprendizagem”, ressalta a educadora.
Alfabetização digital
Segundo Domus, no contexto atual, não é mais suficiente aprender a escrever apenas com lápis e papel. “Estamos na era da alfabetização digital e é preciso entender como interagir por meio desses recursos. Para tanto, há a necessidade de ensinar as crianças a usar as tecnologias disponíveis de forma ativa e construtiva”. Porém, ela adverte que a utilização dos recursos digitais e tecnológicos deve ser dosada, pois nesta fase do desenvolvimento infantil, é fundamental trabalhar a ampliação da coordenação motora e outros aspectos de grande relevância no processo de aquisição da leitura e da escrita. “Além disso, é muito importante cuidar com a exposição excessiva das crianças às telas de computadores, celulares e tablets, pois pode trazer riscos à saúde”, alerta.
O Colégio Positivo compreende oito unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo – Júnior, o Colégio Positivo – Jardim Ambiental, o Colégio Positivo – Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo – Hauer, o Colégio Positivo – Internacional, o Colégio Positivo – Água Verde, o Colégio Positivo – Boa Vista e o Colégio Positivo – Batel atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à Educação, material didático atualizado e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Em 2016, o grupo chegou em Santa Catarina – onde hoje fica o Colégio Positivo – Joinville e o Colégio Positivo – Joinville Jr. Em 2017, foi incorporado ao grupo o Colégio Positivo – Santa Maria, em Londrina (PR). Em 2018, o Positivo chegou a Ponta Grossa (PR), onde hoje está o Colégio Positivo – Master. Em 2019, somaram-se ao Grupo duas unidades da escola Passo Certo, em Cascavel (PR), e o Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR).